Devido aos incêndios florestais, animais fogem e ficam à deriva, fora de seus ambientes naturais; saiba como agir ao se deparar com um deles em áreas urbanas

Ouro Preto e região vêm sendo alvos de uma série de incêndios florestais criminosos, neste mês de setembro. Esses atos prejudicam imensamente a saúde da população e o ecossistema. Os animais, que fazem parte da fauna diversa do município, sofrem com a perda de seus habitats naturais, e com ficam suscetíveis a queimaduras, ferimentos, predação não natural por cães e atropelamentos. 

Nos últimos dois meses (agosto e setembro), diversos animais foram encontrados dentro do perímetro urbano, entre eles, um veado na Estrada da Purificação, no distrito de Antônio Pereira,  e um lobo-guará, nos entornos do Morro da Queimada, na sede do município. Uma jaguatirica, encontrada no distrito de Cachoeira do Campo, foi vítima fatal das queimadas, e acabou morrendo, após um atropelamento. 

Chiquinho de Assis, secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, reforça os prejuízos das queimadas à fauna local: “Os incêndios florestais estão aterrorizando a fauna silvestre. Os animais saem em busca de segurança. As queimadas estão acontecendo nas regiões do Caraça, do Gandarela, do Itacolomi e do Itatiaia. Esses animais, afetados pelas queimadas, irão buscar refúgio nas Unidades de Conservação que ainda seguem intactas. Por isso, poderão atravessar corredores ecológicos para acessar esses locais e podem ser avistados na área urbana. Nunca tente afugentá-los ou assustá-los. Ligue para os órgãos competentes, como a Polícia Ambiental, os Bombeiros e a Secretaria de Meio Ambiente do município”, disse o secretário.

Ao avistar animais silvestres fora dos seus habitats naturais, não os espante, ou tente realizar o manejo deles por conta própria. Essas ações podem piorar o estado de saúde do animal, aterrorizando-os, e ocasionar uma potencial piora em seus ferimentos. Por isso, é importante entrar em contato com um órgão ou organização responsável, que será capaz de lidar com o animal da melhor maneira, designando profissionais capacitados para fazer o resgate, análise do quadro clínico, e a readmissão do animal na natureza ou sua realocação para um local adequado, assim que ele estiver apto. 

Paulo Vitor Freitas, diretor de Áreas Protegidas da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, reforça a necessidade da realização do manejo adequado: “Estamos vivendo intensos períodos de incêndios florestais, que afetam diretamente a fauna e a nossa biodiversidade. Esses animais sofrem perda de área, e por isso invadem espaços públicos, à procura de alimento, água e um local de abrigo seguro. Então, nós gostaríamos de reforçar que sempre é importante ligar para órgãos institucionais com pessoas capacitadas, que possam fazer o manejo adequado desses animais, e o resgate de forma que não afete e não cause estresse no animal, para que, eventualmente, aconteça a soltura, ou a readmissão em outro espaço,  desse animal de forma adequada para que ele prossiga com a sua vida”, declarou o diretor.

O chamado sobre avistamentos de animais silvestres em áreas urbanas pode ser feito nos seguintes telefones:

CORPO DE BOMBEIROS

193 ou (31) 3551-3407

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

(31) 3559-3253

POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL 

(31) 3557-4118

Foto: Instituto Habitat: Jaguatirica morre atropelada enquanto tentava escapar de incêndio no distrito de Cachoeira do Campo, na quarta-feira, 18 de setembro.