Ouro Preto – As mulheres que mobilizaram a comunidade de Antônio Pereira, pararam a MG 129 em protestos e conquistaram a remoção de mais 30 famílias, da Zona de Autossalvamento, questionam a negativa para a participação da reunião realizada na manhã desta quinta-feira, entre Vale, Comdec e Ministério Público, em Antônio Pereira. Elas alegam dificuldade em obter informações sobre as famílias removidas. A indignação do grupo de mulheres é por ter a participação negada na reunião de hoje.
As lideranças, da Comissão dos Atingidos por Barragens de Antônio Pereira, alegam que há muita falta de informação e que elas dispararam este processo com as manifestações, por isso deveriam estar cientes do que foi definido na reunião, mas tiveram a participação negada.
A partir dos protestos, as manifestantes conseguiram que o prefeito Angelo Oswaldo intermediasse um acordo com a empresa, para a retirada das 30 famílias da área em que os moradores precisam estar alertas, ou Zona de Autossalvamento.
Segundo Ana Carla Cota, membro da Comissão dos Atingidos e que alega ter sido ameaçada pelo posicionamento contundente para que houvessem as remoções, o processo precisa de transparência para que as famílias apresentadas no acordo sejam retiradas. “O compromisso firmado pelo prefeito com as mulheres guerreiras de Antônio Pereira é para a remoção das famílias que estão na ZAS em risco e vulneráveis. São famílias remanescentes na ZAS na Vila Samarco e Pereira da primeira ZAS e famílias que estão na segunda ZAS ( Vila Samarco e projetadas 10 e 15 no Pereira)”, explicou.
Sobre a não participação das reuniões, Ana Carla acredita que é uma maneira de determinar que famílias fora do acordo sejam removidas. “Exigimos transparência no processo. Exigimos que todos os acordos sejam fechados com participação de representantes da Comunidade de Antônio Pereira. Exigimos que seja cumprido o acordado e Compromisso firmado entre o prefeito e a Vale de remoção de todas as famílias que ainda residem na ZAS da Barragem do Doutor. Exigimos que nenhuma reunião para tratar de assuntos relacionados aos Atingidos aconteça a portas fechadas. Exigimos a publicação da lista das famílias que serão removidas nesta etapa. Exigimos cronograma para apresentar para a comunidade de todo o processo de remoção”.
Sobre os questionamentos da comunidade, as assessorias de Imprensa da Vale, da Prefeitura e do Ministério Público foram procurados para responderem aos questionamentos levantados.
Por Marcelino de Castro
da Redação