Na última terça-feira (24/09), as chapas para a reitoria da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) se reuniram em debate no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA). Além disso, foram realizados mais dois debates, um em Ouro Preto e outro em João Monlevade.
A Chapa 1 –
“ UFOP que somos e que desejamos” é composta pelos professores Kátia Gardênia Henrique da Rocha e José Alberto Naves Cocota Júnior. Em um primeiro momento de debate, Kátia apresentou a proposta geral da chapa: “Nós, enquanto chapa 1, estamos aqui propondo que a UFOP que somos hoje possa ser ampliada para uma UFOP que desejamos, da forma que desejamos a UFOP. Para isso, nós trouxemos a nossa proposta, a nossa carta programa, que foi construída a várias mãos. Nesse sentido coletivo, pensando coletivamente foi colocado qual era o maior desafio considerado naquele contexto, nesse contexto atual da UFOP. E o nosso grande desafio, que a gente percebe, é o adoecimento e a falta de pertencimento que temos encontrado dentro da universidade. Assim, pensamos, o que propor? Diante disso, a nossa chapa, a chapa 1 propõe a melhoria da qualidade de vida, a melhoria no sentido de ter essa construção coletiva ou, em alguns momentos, reconstrução coletiva do sentimento de pertencimento que é tão caro e tão necessário para qualquer instituição, principalmente para a UFOP, da forma em que ela se encontra hoje”, afirma a professora e atual diretora do Centro de Educação Aberta e à Distância (CEAD).
A chapa 2 –
“Reconstruir o diálogo e planejar o futuro” é composta pelos professores Luciano Campos da Silva e Roberta Eliane Santos Froes. Como apresentação da chapa, Luciano considera que as universidades federais vivem um momento de dificuldade por conta de cortes orçamentários e evasão dos alunos: “Todo esse cenário se torna ainda mais preocupante, alarmante, quando algumas características internas da UFOP fazem com que a gente não consiga enfrentar esse momento adverso. Digo dois: primeiro, o diálogo que foi rompido nesses últimos anos. Temos à frente da nossa instituição, pessoas que não conseguem escutar a comunidade universitária, pessoas que não conseguem dialogar com os estudantes, com técnicos, com professores. (…) Há um segundo elemento além da falta de diálogo, que é a falta de planejamento. E destaco no planejamento, a incapacidade de discutir com a comunidade o orçamento, cada vez mais tratado de forma personalista e no balcão, o que é uma atitude que a gente não pode considerar satisfatória”, afirma o candidato a reitor.
A chapa 3 –
“Esperançar é Agir” é composta pelos professores Eleonardo Lucas Pereira e Cristiane Márcia dos Santos. A chapa se apresentou com as seguintes prioridades nas propostas: inclusão, diversidade e sustentabilidade. Cristiane explicou durante a apresentação: “O meu nome para compor a chapa, ele veio de um coletivo de mulheres, que a gente viu que precisava… Apoiamos o professor Eleonardo como reitor, mas que na sua composição de chapa deveria ser diversa, diversa de campi, diversa de gênero. E nessa diversidade, reunimos esse coletivo e meu nome foi tirado nesse coletivo. Mas não foi tirado para ser simplesmente uma vice-reitora, foi tirado pela minha competência, pela minha gestão, que eu tenho feito aqui no instituto. E eu aceitei esse desafio porque eu conheço a minha capacidade e sei que na reitoria, junto com o professor Eleonardo, nós vamos ter uma UFOP que é diversa, nós vamos incluir todos e vamos ter uma UFOP sustentável. E essa UFOP que nós queremos é uma UFOP, que tanto eu quanto o professor Eleonardo, nós temos de característica comum, que é a escuta”, afirma a atual vice-diretora do ICSA.
Os estudantes tiveram a oportunidade de preencher formulários com perguntas que seriam sorteadas para os candidatos. A pergunta sorteada foi: “Qual a proposta das chapas para a garantia de dignidade de morar nas moradias socioeconômicas? Bem como referente à disparidade no tratamento das repúblicas federais e conjuntos?”
Chapa 1:
“Nós acreditamos sim no tratamento isonômico que seja necessário, porque afinal de contas, a UFOP que desejamos é que todos tenham voz, que todos possam ali ter esse sentimento de pertencimento, que é a UFOP. Nesse sentido, a nossa gestão propõe a busca para atender esses desafios que são hoje da segurança, para além da segurança, desafios também como a falta de água. (…) Nós temos então, nesse sentido, a proposta de instalação de câmeras, desse cuidado, desse olhar, dessa discussão, da gente conhecer o diálogo. Vamos escutar da forma como foi apresentada para nós, nós tivemos esse aspecto de pensar no que podemos fazer. Primeiramente, a isonomia porque consideramos isso fundamental. (…) Na nossa gestão não vai ter obras eleitoreiras, então a gente já começa por aí. Numa próxima gestão, que inicia em fevereiro do ano que vem, nós precisamos primeiro fazer os projetos. Com os projetos em mãos, buscar esses recursos no sentido de dar maior segurança à nossa comunidade estudantil, principalmente moradia socioeconômica. Nós temos aqui duas moradias em Mariana, então isso é fundamental. Ouro Preto também nós temos. João Monlevade não tem. Tem que pensar no futuro também ter moradia socioeconômica para os que mais necessitam de um apoio de permanência na universidade”, disseram tanto Kátia quanto Cocota.
Chapa 2:
“Nós precisamos rever os contratos que nós temos, os contratos de vigilância que nós temos. E isso é uma proposta nossa, a fiscalização e visitação desses contratos para que nós possamos contratar vigilantes, sim, para poder fazer uma ronda ali. Não adianta contar com os dois vigilantes que vigiam o ICHS para percorrer o caminho e chegar lá. (…) em que ser prioridade de quem estiver na gestão, a segurança das moradias. (…) Permanência na moradia hoje o principal alvo é manutenção. É isso que a gente tem visto em todas as moradias. É preciso garantir que aquilo que estraga seja consertado, é assim que nós fazemos na nossa casa, é isso que nós pedimos no lugar que a gente mora e é isso que a gente tem que garantir para vocês”, afirmaram Luciano e Roberta.
Chapa 3:
“ A gente propõe a separação de um contrato específico para as moradias, com um orçamento próprio para as moradias, com fiscalização própria para as moradias. Em relação às repúblicas federais, não há investimento público imediato nas repúblicas, é um processo diferente de gestão e a gente propõe na nossa carta proposta que as vagas hoje não ocupadas nas repúblicas federais sejam incentivadas para a ocupação de moradores cadastrados na PRACE, moradores com vulnerabilidade socioeconômica”, ressaltou Leonardo. Cristiane complementou afirmando que o fato de ter morado em moradias socioeconômicas durante a sua graduação faz com que ela entenda as necessidades desses estudantes.
As eleições acontecem entre 8 horas do dia 2 e 17h do dia 3 de outubro pelo sistema e-Votação da Minha UFOP. O resultado preliminar será divulgado logo após o fim das apurações, que iniciam assim que o sistema de votação fecha. Os prazos para o recursos são até dia 18 e a divulgação do resultado final acontece no dia 21 de outubro.
A Comissão de Pesquisa Paritária é composta por representantes indicados pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP (ASSUFOP), pela Associação dos Docentes da UFOP Seção Sindical (ADUFOP) e pelo Diretório Central de Estudantes (DCE). Estudantes de graduação e pós-graduação podem votar, além dos técnicos administrativos e dos docentes, tanto os ativos quanto os aposentados.
Por Marcella Torres