Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

O prefeito Orlando Caldeira decretou neste domingo, 9, estado de calamidade pública no município de Itabirito. Já o Prefeito Angelo Oswaldo, de Ouro Preto, e Juliano Gonçalves, de Mariana, declararam situação de emergência em suas cidades. Diferente do Estado de Calamidade Pública, provocado por desastres de grande porte, as situações de emergência são aquelas em que o município (ou estado) tem condições de solucionar, mas, eventualmente, precisa solicitar recursos complementares do governo estadual ou federal. Em apenas um dia, o índice pluviométrico registrou 140mm na região. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, um alerta meteorológico entra estado máximo quando o índice pluviométrico alcança 128 mm acumulados de chuvas em um período de cinco dias consecutivos.

ITABIRITO
Em Itabirito, as fortes chuvas provocaram enxurradas, inundações, erosões nas vias públicas, deslizamentos de terra e impediram o acesso a vários bairros na cidade. Casas, muros e estradas ruíram, e o sistema de saneamento básico foi comprometido. As águas atingiram o Quartel da Polícia Militar, o Fórum Judiciário, o Cartório Eleitoral e toda a rede bancária. As vias públicas foram danificadas pelas chuvas e pela enchente e, nos prédios públicos, houve perda de equipamentos, móveis e até de medicamentos. A situação complicou ainda mais porque as farmácias também foram atingidas e o município ficou sem meios de disponibilizar remédios para a população. Com os desabamentos que causaram o fechamento das rodovias, Itabirito chegou a ficar ilhada, sem condições de receber ajuda de outras cidades. Felizmente, algumas estradas já estão sendo liberadas, dentre elas, a BR040, que dá acesso à capital Belo Horizonte, liberada hoje, segunda-feira, 10, pela manhã.

OURO PRETO
Segundo as informações oficiais que constam no decreto publicado também no domingo, 9, “deslizamentos, inundações, enxurradas e alagamentos que ocasionaram danos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos econômicos públicos e privados”. Inúmeros deslizamentos foram registrados, dificultando ou impedindo o acesso a vários bairros e alguns distritos. A cidade também ficou isolada. Os rios Maracujá, Funil e Maynart transbordaram, assim como o rio da Barra, no Centro Histórico, e a Defesa Civil ainda não informou o número exato de famílias que precisaram ser retiradas de suas casas. Sabe-se, até agora, que um homem morreu soterrado no bairro Santa Cruz.

MARIANA
Juliano Gonçalves, prefeito de Mariana em Exercício, também declarou situação emergencial nas áreas do município afetadas por desastres. Quedas de barreiras também impediram o acesso a alguns distritos, deslizamentos de terra atingiram residências e famílias foram retirada às pressas e conduzidas para abrigos. No decreto 10.818, de 8 de janeiro de 2022, Gonçalves autoriza a Prefeitura a efetuar pagamento de aluguel às famílias desabrigadas por 3 meses, prazo prorrogável por igual período mediante laudos técnicos atestando a necessidade.

Os detalhes dos danos e número de vítimas das chuvas deverão ser levantados e informados em breve, uma vez que as chuvas não cessaram e continuam causando estragos na região. Nas três cidades, Ouro Preto, Mariana e Itabirito, as equipes que atuam na linha de frente, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Guarda Municipal, continuam mobilizadas e empenhadas nas ações de suporte à população.

Foto: Rua alagada em Itabirito/ reprodução