Dez perguntas para Angelo Oswaldo
Por Marcelino de Castro
Está chegando a hora de votarmos, os mesários começam a ser convocados a partir desta terça-feira, 18/08, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. No domingo, os pré-candidatos a prefeito e a vereador foram liberados para iniciar a campanha intrapartidária, em busca de apoio para “vencerem” as convenções municipais.
Participe da “Coluna Tiquin de Política”, quer perguntar para os pré-cadidatos? Sim! Envie sua pergunta para [email protected], ou pela nossa página no facebook, se prefirir pode mandar “um direct”, no instagran, ou diariodeouropreto.com.br, na aba “Contato”,chegou a hora de se definir o futuro da cidade, e cabe a cada cidadão essa decisão, enquanto ela não é tomada vamos em busca de conhecer os candidatos e os projetos para governar a cidade.
Hoje começamos nossa série de entrevistas com os pré-candidatos a Prefeito de Ouro Preto. Por ordem alfabética, iniciamos com o pré-candidato do Partido Verde, Angelo Oswaldo. Vamos ao questionário:
1- A pandemia evidenciou a dependência de diversos setores econômicos pela população flutuante, sejam estudantes ou turistas. Como fomentar a economia pós-pandemia?
Angelo – Ouro Preto tem grande potencial nos campos da educação, ciência, tecnologia e inovação. Todos esses vetores devem ser trabalhados. Mas, de imediato, haverá respostas positivas no setor industrial, com a volta da Samarco e iniciativas em Capanema, Miguel Burnier e Engenheiro Correia, com a Ferro Puro, Gerdau, Namisa e Vale. Os pólos empresariais de Cachoeira do Campo e Antônio Pereira precisam ser reativados. Agricultura familiar cria projetos que contemplam numerosos moradores da zona rural. O turismo pede atenção especial, pois gera postos de trabalho na cidade e nos distritos. Com planejamento, diálogo, bons parceiros e credibilidade, Ouro Preto retomará rapidamente o ritmo que começou a perder muito antes da pandemia.
2- A Santa Casa é a referência regional para a Covid. A Ufop realiza testes PCR. A Saúde pode ser uma alavanca para o desenvolvimento econômico da cidade?
Angelo – Com as Escolas de Farmácia e Bioquímica e de Medicina, além do hospital regional, que é a nossa Santa Casa, Ouro Preto tem base sólida para crescer no campo da saúde, atraindo empresas que estarão articuladas com o know-how da UFOP.
3- Quais são as diretrizes de seu plano de Governo? Destaque a Saúde, Educação e a geração de emprego e renda.
Angelo – A situação socioeconômica de Ouro Preto é calamitosa. Houve um empobrecimento do município alarmante, nos últimos oito anos. Emprego, habitação e saneamento básico são as três metas fundamentais. Saúde e educação são obrigação da Prefeitura e vão receber o tratamento que deixaram de merecer nos últimos dois mandatos, começando pela revalorização dos servidores que sustentam esses programas. É uma tragédia o que acontece com água, esgoto e lixo na atualidade. Vamos rever tudo e recriar as soluções adequadas.
4- A pandemia reduzirá o contato dos candidatos com os eleitores, ser conhecido pode ser uma vantagem? Qual é sua opinião sobre esse pleito? Conhecer os concorrentes é uma vantagem neste pleito?
Angelo – Tudo é inédito, acontece pela primeira vez, surpreende e inquieta as pessoas. Estou confinado, mas não isolado, porque há muitas maneiras de se manter a sintonia. E me sinto em plena sinergia com os mais diversos setores da comunidade ouro-pretana, sem desrespeitar os protocolos rígidos da Saúde Pública. Nossos aliados são movidos pela coragem e pela confiança nas metas que nos entusiasmam. Há muitas lições positivas em meio a uma tragédia tão profunda.
5- A mudança de partido e o lançamento da pré-candidatura ainda em 2019 foi uma estratégia? Ou apenas um movimento natural da política?
Angelo – Sim, foi um movimento natural. A decepção total com o desempenho do prefeito me levou a buscar um partido sintonizado com o resgate do futuro de Ouro Preto, após dois mandatos desastrados e desastrosos, desde 2013. Recebi tantos chamados, apelos e estímulos que aceitei o desafio e entrei no Partido Verde, PV, com o maior entusiasmo. Política é uma ação permanente, politicagem é o que se faz só em véspera de eleição.
6- O convite à vereadora Regina Braga para ser pré-candidata a vice é uma forma de atrair o público feminino para o processo eleitoral?
Angelo – Regina Braga e eu nos vimos em situação semelhante. Após cinco mandatos na Câmara, ela queria novas perspectivas, assim como eu não mais ficaria com o grupo que apoiei em 2016. Nós nos encontramos na busca de um novo caminho. Foi assim que o Republicanos e o PV nos uniram. Ela tem experiência e sensibilidade para um protagonismo marcante.
7- O Projeto de construção do aeroporto ainda é viável?
Angelo – Esse projeto era do governo federal, dentro de um plano de melhoria da infraestrutura aeroportuária do país. Havia muita expectativa, mas o programa foi suspenso. O terreno adquirido pelo município em Glaura estará à disposição do governo federal.
8- O retorno da Samarco é uma expectativa positiva para a arrecadação do Município. Mas até que isso ocorra como conciliar as receitas correntes e as obrigações do município?
Angelo – Nota-se que não há planejamento na Prefeitura de Ouro Preto e os gastos se multiplicam de acordo com a vontade momentânea do prefeito. Com uma boa plataforma de governo, haverá objetividade e transparência na aplicação dos recursos, o que é garantia de mais resultados com menos dinheiro.
9- Com ampla área territorial, 12 distritos e mais 50 localidades, quais são os objetivos para levar os serviços públicos e desenvolvimento econômico aos moradores das áreas rurais?
Angelo – Projetos de agricultura familiar, apoio a cooperativas e pequenas empresas de beneficiamento dos produtos são importantes para que as famílias se fixem de fato na zona rural de modo auto-sustentável. Conservação adequada das estradas, energia elétrica, sinal da internet, escolas e serviços de saúde asseguram o desenvolvimento do campo.
10 – O patrimônio histórico é um dos legados de Ouro Preto. Entre as igrejas da cidade temos problemas estruturais na Igreja de São Miguel e Almas,com sua portada trincada, em Lavras Novas a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres também está com o marco trincado. Quais são as alternativas para manter um patrimônio edificado tão extenso?
Angelo – Ouro Preto acaba de perder perder recursos vultosos do ICMS Cultural porque o prefeito não aplicou corretamente os recursos dos anos anteriores. Desviou verba do Fundo do Patrimônio Municipal. Daí se vê que uma intervenção como a demandada pela Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres de Lavras Novas teria, sim, verba da Prefeitura para a obra. Já a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel e Almas das Cabeças, seu título completo, se acha na pauta de prioridades do IPHAN, mas o governo federal tem criado uma série de dificuldades para o funcionamento correto do IPHAN. Isso é lamentável e prejudica não só essa igreja, como ainda as matrizes de Glaura e de São Bartolomeu. Temos que agir com todo empenho político na conquista dessas verbas já programadas.
Foto-Crédito:Marcelino de Castro/Arquivo- Diário de Ouro Preto/2018