Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto
Neste sábado, 19 de novembro, a Casa de Cultura Negra do Alto da Cruz realiza o evento AFRO VIVÊNCIA, com apresentação da Bateria Carabina às 15 horas e Canto Sagrado Vissungos, com Letícia Afonso, às 16 horas. No domingo, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, na Praça Tiradentes, às 18 horas, tem o show “Tributo a Chico Rei” com o grupo Samba Preto Choro Jazz, e às 20h, show com o Grupo Sorriso Negro.
Para o encerramento do Novembro Negro, o Museu Casa dos Contos, Museu da Inconfidência, Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (MUQUIFU/BH), Museu Mineiro e Mina Du Veloso realizam juntos o Seminário “Museus mineiros no divã: olhar pra trás, pra dentro e ora frente”. O evento, que acontece no dia 29 de novembro, quinta-feira, é um percurso de visita guiada que começa na Mina Du Veloso e prossegue pelos museus da Inconfidência e dos Contos, estabelecendo um diálogo entre as instituições, comunidade acadêmica e a sociedade civil sobre resistência nas representações racializadas em projetos expográficos dos museus de Ouro Preto e Minas Gerais. O evento inclui mesas redondas com Eduardo Evangelista, Douglas Silva, Patrícia Valim, Aline Montenegro, Alex Calheiros, Alissom Valentim, Padre Mauro Luiz, Danilo Borum-Kren, Sidnéa Santos e Lucimara Letilier.
O evento é grauito e os interessados em participar devem providenciar suas inscrições online :
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdwj0QD81WeLsEZSwgp5dT0RSOrtfMwtv5iSuj9eYR3BIUsWA/viewform
A TRAJETÓRIA DO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E NOVEMBRO NEGRO
Reunidos na cidade de Porto Alegre em 1971, o Grupo Palmares, uma associação formada por jovens ativistas do movimento negro do Brasil questionou a legitimidade de se comemorar o protagonismo do povo negro em 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea. Para eles, a ideia de “liberdade concedida” por lei assinada pela princesa Isabel em 1888 foi apenas uma “abolição incompleta”, pois não garantiu assistência, apoio nem acesso a terras, educação e trabalho às mulheres e aos homens antes escravizados, o que sustentou o cenário de injustiça e desigualdade até os tempos atuais.
Era preciso encontrar outra data que simbolizasse a luta negra, e foi escolhido o 20 de novembro, dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, líder do maior reduto de resistência à escravidão do período colonial, o Quilombo dos Palmares, em Alagoas.
O Dia da Consciência Negra foi instituído oficialmente em 2011 pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de, e só tornou-se feriado nacional quando o Projeto de Lei do Senado 482, de autoria do senador Randolfe Rodrigues, foi sancionado em 2017. Consequentemente, a partir de 2018, uma ampla campanha que visa recordar e evidenciar lutas e resistências da população negra passou acontecer ao longo de todo o mês de novembro, atualmente marcado por uma grande movimentação voltada para a elevação da representatividade dos negros em todos os setores da sociedade, e também de cobrança de medidas concretas e históricas de reparação. O Novembro Negro é, principalmente, um marco da luta e resistência ao racismo, com atitudes essenciais que precisam ser exercidas não apenas em novembro, mas durante o ano inteiro.