Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto
Sábado, 15 de outubro, foi celebrado o Dia do Professor, data estabelecida em 1963, durante o governo de João Goulart, para destacar a importância daqueles que se dedicam a repassar conhecimento para garantir o desenvolvimento da nossa gente, das nossas cidades, do nosso Estado, do nosso País. Neste dia, como sempre acontece, um dilúvio de mensagens enaltecendo a classe dos Educadores inundou outra vez as páginas dos noticiários e as redes sociais.
Coincidentemente, celebramos em 2022 os 100 anos do educador, antropólogo, romancista e etnólogo do serviço de proteção aos índios Darcy Ribeiro, que nasceu em 1922 em Montes Claros, Minas Gerais. Foi ele o ministro da Educação e chefe da Casa Civil do presidente João Goulart, que teve seus direitos políticos cassados pela ditadura militar.
Darcy, que na década de 1980 criou os CIEPs, escolas que funcionavam em tempo integral com um projeto pedagógico único, foi um árduo lutador contra as elites do atraso educacional dos brasileiros. Darcy pregava sentido de urgência na Educação Nacional, mas, segundo ele, fracassou em tudo o que tentou na vida: “Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”. Darcy morreu em 17 de fevereiro de 1997, em Brasília, mas se estivesse vivo hoje, aos 100 anos, o que será que o ilustre Professor diria sobre o tratamento que nossos Mestres recebem do Poder Público de uma forma geral?
Nós, do Diário de Ouro Preto, esperamos que todas as Professoras e todos os Professores tenham ganhado merecida valorização no seu dia, mas esperamos que todas as mensagens recebidas no sábado, 15 de outubro, se transformem com urgência em ações práticas e consistentes em favor da Educação Pública e dos Profissionais da Educação