Um estudo conduzido pela equipe do professor Sebastião Venâncio, do Laboratório de Restauração Florestal da Universidade Federal de Viçosa (LARF-UFV), em parceria com a Fundação Renova, está avaliando o uso de bolas de sementes como alternativa para promover a restauração florestal. A técnica pode ser utilizada para recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de mata ciliar da região impactada pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), com ganhos ambientais para toda a bacia do rio Doce. A tecnologia, desenvolvida pela equipe do LARF-UFV, utiliza um substrato contendo rejeito. Essa pesquisa, assim como outras que foram realizadas pela UFV, comprova que o material não impede nem representa riscos à germinação de plantas. A técnica também tem a vantagem de facilitar o trabalho de restauração florestal nas áreas de difícil acesso atingidas pelo rejeito. 

Na videorreportagem abaixo, o professor Sebastião Venâncio mostra como a tecnologia das bolas de sementes pode ser uma solução alternativa para restauração florestal na bacia do rio Doce. Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=mdCA809y_1U

O processo de recuperação das matas ciliares e das Áreas de Preservação Permanente (APPS) com espécies nativas foi iniciado após o período emergencial, logo após o rompimento de Fundão. Nessa fase, foram realizadas ações mitigatórias, como a limpeza dos leitos dos cursos d’água, plantio emergencial de vegetação e estabilização das margens dos rios Gualaxo do Norte e Carmo, que foram os primeiros a serem impactados pela pluma de rejeitos. O trabalho de recuperação apresenta resultados: o monitoramento da qualidade da água mostra que a turbidez está caindo a cada a ano.

A participação dos produtores rurais do Alto Rio Doce nessas ações são uma das frentes de trabalho mais importantes. O biólogo e pecuarista Maurício Machado é um dos proprietários rurais que atuam na recomposição da mata ciliar da região. “Nós trabalhamos com o reflorestamento, que é um empurrãozinho para que a natureza volte com seus mecanismos e possa andar sozinha depois”, explica.

Navegue pela Expedição Rio Doce e conheça as ações de recuperação ambiental realizadas na bacia do rio Doce.

A parceria de cooperação técnica entre a Fundação Renova e a Universidade Federal de Viçosa (UFV) teve início em 2018, e foi a primeira assinada com o objetivo de reparar as áreas impactadas. Desde então, pesquisas e estudos realizados pela UFV têm comprovado que o rejeito da barragem de Fundão, em Mariana (MG) não é tóxico e nem há limitação para plantio e produção agrícola. Além disso, outro trabalho aponta que a revegetação emergencial realizada logo após o rompimento acelerou o aumento da diversidade de microrganismos no solo, o que possibilita cultivar mudas nativas resistentes a ambientes críticos. Saiba mais.