A exposição virtual que te leva às ruínas da Usina Wigg já pode ser conferida por meio de um tour virtual inédito, que faz parte de uma série de iniciativas da Gerdau e do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal voltadas para a implementação do processo de musealização e democratização do acesso ao patrimônio histórico e cultural da Usina Wigg, localizada no distrito de Miguel Burnier, em Ouro Preto(MG). Entre as ações previstas estão a revitalização física da usina, o que possibilitará, no futuro, visitações presenciais e a criação de um circuito histórico-cultural a um dos espaços ligados ao desenvolvimento do estado, referência em inovação, além de uma exposição física no MM Gerdau, prevista para 2022. O projeto está sob a gestão do MM Gerdau, é realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com o patrocínio da Gerdau e apoio da CBMM.

“A revitalização da Usina Wigg será um marco para nós, por tudo que ela representa para a história da siderurgia e mineração nacional. Estamos trabalhando com muito cuidado e carinho para que a revitalização seja feita da melhor forma possível e que possamos, assim, ajudar a comunidade de Miguel Burnier na preservação dos seus bens históricos. Além disso, estamos criando uma sala exclusiva em alusão à Usina Wigg no prédio do MM Gerdau, possibilitando dessa forma a ampla disseminação desse pedaço da memória de Minas Gerais para muitas pessoas”, afirma o gerente geral de sustentabilidade da Gerdau, Francisco Lafetá.

A proposta da exposição é convidar o público a fazer uma volta ao passado, utilizando como ponto de partida as ruínas arqueológicas da antiga usina. O percurso conta com diversos recursos tecnológicos como imagens, áudios, vídeos e tradução em LIBRAS, recriando todas as instalações da usina, além de apresentar como ela está hoje, permitindo ao visitante compreender como era no auge do seu funcionamento e sua contribuição para o desenvolvimento do estado. O desenvolvimento de conteúdo e pesquisa para o tour virtual e toda a produção de acessibilidade foram realizados pela equipe do MM Gerdau e a consultoria em arqueologia é de Henrique Piló.

Sobre a Usina Wigg

A Usina Wigg possui um papel fundamental na história de Minas Gerais. Até o início da década de 1930, operou com bastante êxito, mesmo diante das grandes crises globais do início do século XX, como a Primeira Guerra Mundial, a pandemia da Gripe Espanhola e a Crise na Bolsa de Nova Iorque. Na época, produziu, em média, duas mil toneladas de ferro-gusa durante as três primeiras décadas de funcionamento, quantidade considerada muito alta em relação ao contexto brasileiro daquele período, sendo uma importante fornecedora de matéria-prima durante o processo de industrialização brasileiro. A fábrica foi construída de forma totalmente planejada pelo Comendador Carlos da Costa Wigg, em parceria com o engenheiro Joseph Gerspacher. Acabou tornando-se referência nacional e até internacional em função dos processos modernos de fundição implementados na época, e foi responsável por movimentar parte da economia mineira neste período, inserindo o estado na vanguarda industrial.

Por se tratar de uma usina projetada para ser referência em inovação, recebeu um dos primeiros altos-fornos modernos a operar no Brasil, sendo o único ainda preservado até hoje no seu local de operação. Com 10 metros de altura, seu formato se assemelha a de uma torre. Construído com blocos de pedra, ele é inteiramente revestido por dentro em material cerâmico refratário, para garantir às altas temperaturas. Apesar de ser projetado para produzir cerca de sete toneladas de ferro-gusa por dia, depois de algumas atualizações, chegou a atingir a marca de 17 toneladas/dia. O aparato tecnólogico utilizado no alto-forno da Usina Wigg transformou-se em uma referência para o mercado, influenciando a siderurgia moderna. Por conta de todo esse pioneirismo, atraía trabalhadores de diferentes partes do Brasil e de outras nacionalidades, principalmente portugueses e italianos que vieram em busca de oportunidades.

A forte recessão, iniciada em 1929, e o falecimento do fundador Carlos Wigg, em 1931, foram responsáveis pela venda da usina, em 1941, para um grupo de empresários, políticos e engenheiros. Em 1969, o empreendimento foi adquirido pela Usina Barra Mansa, ligada ao Grupo Votorantim, e permaneceu em funcionamento até 1996, quando também foi desativada, encerrando a produção siderúrgica em Miguel Burnier.


A região

O distrito de Miguel Burnier fica a aproximadamente 40 quilômetros de Ouro Preto, integrando a região central do estado de Minas Gerais, ao sul do Quadrilátero Ferrífero, importante província geológica brasileira notadamente conhecida por suas jazidas de minérios de ouro, ferro e manganês. Essas características geológicas foram e continuam a ser determinantes para a economia, o uso e a ocupação do solo em vários dos municípios que compõem a região central mineira, constituindo um imponente arranjo paisagístico, com destaque para a Serra de Ouro Branco.

O distrito recebeu o nome de Miguel Burnier, em 1948, em homenagem ao engenheiro Miguel Noel Nascentes Burnier, diretor da estrada de ferro na época de inauguração da estação ferroviária, possibilitando a integração com outras cidades e a chegada dos materiais e equipamentos necessários para a construção da usina, da matéria-prima utilizada na fabricação do ferro gusa e também para o escoamento da produção. Não por acaso, a Usina Wigg foi construída às margens da linha férrea. Atualmente, a Usina pertence a Gerdau.

:: SERVIÇO ::

MM Gerdau promove exposição virtual pela Usina Wigg

Acesso ao tour virtual pelo site: www.usinawigg.mmgerdau.org.br