Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Alvo de panfletos apócrifos, cujo conteúdo impingia insultos e acusações à sua conduta como vereador, Júlio Gori reagiu exigindo uma devassa nas prestações de contas dos parlamentares da Câmara Municipal de Ouro Preto desde o ano de 2013 até os dias de hoje. Gori replicou nesta quinta-feira à Mesa Diretora a representação que ele encaminhou ao Departamento Estadual de Investigação de Fraudes da Polícia Civil de Minas Gerais. No documento, entregue aos cuidados do Delegado Julio Wilke, Gori pede que uma perícia seja feita nos gastos dos gabinetes de todos os vereadores, incluindo os que estão exercendo mandatos atualmente.

Segundo ele, “só assim vamos dar um basta nessas fake news e descobrir realmente quem tem que devolver dinheiro para os cofres públicos”. O vereador quer que a análise verifique, principalmente, a utilização de verbas indenizatórias, aquele dinheiro que é ressarcido aos agentes públicos por algumas das suas atividades ou utilizadas para cobrir despesas com manutenção dos gabinetes.

RECOMPENSA


Gori declara que, ao solicitar a apuração das contas de todos os vereadores que exerceram mandatos nas legislaturas de 2013 a 2016, 2017 a 2020 e também dos atuais, ele quer “deixar claro que não tem nada a temer”, e garante que fez uso correto de todos os recursos que lhe foram disponibilizados. Já, sobre a distribuição de folhetos com insultos e acusações, ele ainda ofereceu uma recompensa em dinheiro para quem conseguir informações certeiras que possibilitem levar a polícia até o autor, “ou autores”, como ele sugere: “Vou pagar uma gratificação de 5 mil reais para o primeiro que trouxer filmagens mostrando o veículo, a placa e as pessoas distribuindo ou jogando os papéis nas ruas”. O vereador reforça que, para receber a recompensa, as evidências apresentadas precisam revelar a identidade dos envolvidos no que ele classifica como “crime de difamação”.

Júlio Gori afirma que ainda não tem nenhum suspeito especial em vista, mas não descarta algumas possibilidades, considerando as denúncias que ele tem levantado desde o início de seu mandato como legislador, como aquelas “apontando indícios de corrupção no governo municipal, obras inacabadas, contratos suspeitos firmados com empresas terceirizadas, afinal, estamos incomodando”. Ele cita ainda sua participação ativa nas apurações que envolvem a concessão do saneamento básico no município, lembrando: “Sou autor da única ação na Justiça contra a Saneouro, e tenho muito orgulho de dizer isso”. Para ele, a panfletagem visando difamá-lo junto aos ouro-pretanos “pode ser coisa de alguma empresa, um grupo político, um fogo amigo, secretário, vereador ou até mesmo um vizinho”.

O vereador conhecido por ter um estilo diferenciado, com “fala rasgada” e sempre com seu chapéu, garante que ainda vai processar os envolvidos pois “mais cedo ou mais tarde nós vamos descobrir quem foi”. Ele também promete que todo recurso decorrente das causas ganhas na Justiça contra aqueles que “espalham notícias falsas nos meios de comunicação, seja em panfletos ou até na internet”, será destinado como doação ao Lar dos Idosos São Vicente de Paulo ou outro movimento social: “Vamos transformar coisa ruim em coisa boa”, diz Júlio Gori.