Ouro Preto – O candidato ao governo de Minas, Alexandre Kalil (PSD), afirmou em entrevista à rádio Real, ontem, 3/08, que Minas Gerais precisa de um modelo de mineração consciente. Após o rompimento de duas barragens em Minas Gerais: Fundão, em Mariana, região central do Estado, em 2015, e Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2019, essas tragédias exigiram mais rigor na legislação. 

Candidato Alexandre Kalil durante entrevista à rádio Real FM

Em fevereiro deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais (MP/MG) e o governador Romeu Zema repactuaram um termo de compromisso para o descomissionamento (desativar e recuperar a área de rejeitos)  de 41 barragens em todo o Estado, isso porque apenas cinco estão desativadas. Segundo o ex-prefeito de Belo Horizonte, a fiscalização é a única saída. “Eles têm muita tranquilidade em falar que deu problema e pedir calma para adiar o descomissionamento, porque quando aconteceu o desastre de Mariana, se nós tivéssemos colocado aquela turma na cadeia, não teria acontecido em Brumadinho. Aconteceu Brumadinho e ninguém foi para cadeia. Tem que chamar o governador na responsabilidade, senão não tem solução”, afirma.

Todos os anos, Minas Gerais produz mais de 200 milhões de toneladas de minério. De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração, o Estado representa mais de 50% da produção de mineral metálico como, por exemplo, ferro e nióbio. Apenas nos primeiros seis meses de 2022, o faturamento oriundo da mineração foi de 45,6 bilhões.

“A mineração é importante, mas quem toma conta da mineração é o Estado. A mineração vai acabar, por isso precisa de um plano de desenvolvimento para execução, não pode ser assim, como esse crime autorizado na Serra do Curral. Minas Gerais precisa de mineração consciente”, disse.

Minas Gerais carrega a mineração no próprio nome, a atividade, de extrema importância para a economia do Estado, vem sendo pauta constante, isso porque seus impactos ambientais podem interferir na qualidade do ar, da água e do solo. 

Minas Gerais foi indenizado em R$ 37,6 bilhões, no acordo com a mineradora Vale, para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho.

Reportagem: Iara Oliveira
Foto destaque: Marcelino de Castro/diário de Ouro Preto