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A Revolta dos Malês, a maior levante de escravizados do Brasil, ocorrido na Bahia, chega ao cinema numa produção de Antônio Pitanga que trabalhou 26 anos para realizar a obra cinematográfica “Malês”, a pré-estreia foi realizada no sábado, 25/01, 190 anos após a revolta, a singularidade foi observada para coordenadora da Mostra e diretora da Universo Produções, Raquel Hallak, como explicou Antônio Pitanga, que concedeu entrevista coletiva ao lado da atriz Samira Carvalho e do ator Rocco Pitanga, que formam par romântico da trama, no domingo.
“Malês” é um filme de ação, com direito a pontos de virada surpreendentes e muitas emoções, uma obra do ator e diretor, Antônio Pitanga, que conta a história dos sequestrados dos países mulçumanos no norte da África como Nigéria, Senegal, Togo, eram conhecedores da Aritmética, da escrita e que foram trazidos para a Bahia como escravos.
Ver a felicidade de Antônio Pitanga, que comemorará seus 86 anos, com Malês, estrelando uma obra genial é revigorante, dirigida por ele. Precisamos ser resilientes, ensinou-me Antônio Pitanga em nosso encontro em Tiradentes, estive com ele antes e depois da exibição. Poder dizer ao artista o que viu de sua arte e ter dele o contraponto sobre nosso ponto de vista, faz toda a diferença.
Conversei com Antônio Pitanga, Samira Carvalho e Rocco Pitanga na tarde de domingo, 26/01, durante entrevista coletiva, claro que acabei fazendo um monólogo ao falar de tanta coisa que havia me tocado, sem chegar na pergunta! No momento fiquei até sem graça, depois que já havia respondido outros jornalistas, retomou ao assunto de minha pergunta, com a colaboração da Samira e do Rocco completando a resposta, as quais não posso apresentá-las no momento, para não perder a graça do filme, e como achei a cena em questão incrível, quero que vocês também a surpresa ao assistir.
Dar luz à história que o Brasil não conta, esse foi exercício de resiliência de Antônio Pitanga, no longa metragem “Malês”, que segundo ele, teve seu roteiro revisado retirando cenas de açoitamento. “O massacre, não quero massacre, sou um homem de cinema, se eu colocar o massacre ninguém vai ver”, disse o diretor Antônio Pitanga. A trama segura o espectador do princípio ao fim, uma aula de história.
Depois de 26 anos trabalhando na trama, Antônio Pitanga teve a alegria de ver seu longa metragem exibido ao público. Ele acredita que o filme possa ser material didático para a história do Brasil, de um baiano, que sonhou em deixar seu olhar sobre a maior revolta de escravos, que desde pequeno já ouvia falar. Concluiu que é um filme de uma família, além de todo apoio da família pelo longo período que levou para captar, tem no elenco os filhos Camila e Rocco Pitanga que faz o protagonista.
Um filme com bons pontos de virada, suspenses e alegrias. Antônio Pitanga disse que não filmaria o massacre dos Malês, pois é “um homem de cinema”, e é mesmo, estou desde sábado lembrando das cenas do filme, ele conseguiu prender a atenção do público. Quero ver de novo! Por agora posso contar que o diretor valorizou a presença das mulheres em sua trama, que o amor está presente e que a sabedoria é sempre o melhor caminho!
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Por Marcelino Castro
Foto: Divulgação Malês