Antônio Pereira – Cansados de informações desencontradas e de não conseguirem se reunir com representantes da Vale, cerca de 150 moradores se reuniram em frente ao Cras, por volta das 5h30 da manhã fecharam a pista da MG 129. O fluxo de ônibus dos funcionários das Vale, da Samarco e da Renova, foi o principal afetado. Já que o trecho dá acesso ao complexo de Germano e ao complexo Mariana da Vale, rapidamente o engarrafamento chegou à Mariana.
A comunidade liberou o trânsito por volta de 11 da manhã, depois que a diretora do Complexo Mariana, Heloísa Oliveira foi escoltada pela PM para ouvir as reivindicações da população. Mas a diretora não se reuniu com toda a comunidade na escola Daura de Carvalho e sim com uma comissão de 5 moradores na pirâmide da Vila Antônio Pereira.
Ainda pela manhã, o vereador Vander Leitoa (PV) dizia que o promotor Dr. Domingos Ventura informou que a Dr. Aline Silva tentou intermediar uma reunião com a Vale para esta sexta-feira, (21) a tarde, mas a empresa teria alegado à promotora que não se sentia segura para se reunir com a comunidade. “Quem está se sentindo insegura é a comunidade, quem tá com o risco da barragem é a comunidade, ué”, questionou Vander. O Ministério Público notificou a Vale, como havia informado Dr. Domingos Ventura ao vereador Vander Leitoa.
No final da tarde, a responsável pela 2ª Promotoria de Justiça, Dra. Aline Silva Barros, confirmou à reportagem do diário de Ouro Preto, que oficiou a Vale, a Prefeitura e a Defesa Civil, para prestarem os esclarecimentos às famílias, dia 27/02 às 18 horas, na Escola Estadual Professora Daura de Carvalho Neto.
Outro Lado – A assessoria de imprensa da Vale foi procurada sobre a manifestação que paralisou a MG 129.
A Vale enviou o seguinte posicionamento:
“Em consonância com as demandas dos moradores de Antônio Pereira e Vila Antônio Pereira, a Vale marcou uma reunião aberta para a próxima quinta-feira (27.02), na Escola Estadual Professora Daura de Carvalho Neto, com horário a ser definido, para o esclarecimento de dúvidas. A empresa reafirma o seu comprometimento com as comunidades e mantém o compromisso de prestar toda a assistência necessária e responder, com celeridade, às questões apresentadas.”
Sobre os questionamentos referentes aos realocados e sobre as anomalias nas ombreiras da barragem, citadas pelo Promotor Dr. Domingos Ventura, em reunião com os moradores de Antônio Pereira, foram enviada as seguintes respostas:
“A Vale segue prestando toda a assistência necessária às sete famílias realocadas pela Defesa Civil para hotéis e pousadas de Ouro Preto (MG). Com apoio especializado e responsável de profissionais contratados pela empresa, elas terão participação ativa na escolha de suas moradias temporárias para que os impactos da mudança sejam atenuados.
A anomalia identificada na ombreira da barragem foi tratada pela Vale e segue monitorada, com acompanhamento da empresa de auditoria do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) via relatórios diários. A barragem Doutor é monitorada 24 horas por dia por meio de vídeo, além de ser inspecionada, diariamente, visualmente e com a leitura dos instrumentos. Também possui estações robóticas capazes de detectar movimentações milimétricas. Para reforçar ainda mais a segurança das suas barragens, a Vale inaugurou em fevereiro de 2019 seu primeiro Centro de Monitoramento Geotécnico (24 horas, sete dias por semana), cujo principal objetivo é monitorar suas estruturas geotécnicas em tempo real. Para isso, o CMG conta com avançadas tecnologias que permitem a coleta de dados de instrumentação geotécnica de 111 estruturas”.
Fotos: Divulgação/leitores
Texto: Marcelino de Castro/Atualizado 21h14
Texto: Nota Reunião Vale (recebido às 19h58)
Nota Vale Realocação e anomalias na barragem (recebido às 8h48)