Na última sexta-feira (01/11), um grupo de moradores de Miguel Burnier protestou através de faixas contra as atividades de extração de mineração da companhia Gerdau/Açominas, que é realizada desde 2003, no distrito.
O descontentamento dos moradores foi verbalizado em várias frases: “Mentem sobre nossa realidade! Vamos exercer a empatia! Mineração e comunidade: a convivência é impossível.”. De acordo com o presidente da associação dos moradores, Paulo Roberto, 36, o intuito dessa ação foi chamar a atenção do promotor de justiça, Domingos Ventura de Miranda, e da Gerdau para os problemas da comunidade. “O promotor está vindo prestigiar um evento que foi divulgado com sendo dentro da comunidade, entretanto ele está acontecendo na sede da empresa, só quem participa é quem tem algo para vender, o restante da comunidade não tem acesso, e a nossa indignação é que nossas lideranças sequer foram consultadas”, afirma Paulo Roberto.
O promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Ouro Preto, Domingos Ventura, em entrevista concedida ao jornal na quinta-feira (31/10), afirmou que o Ministério Público está ciente dos problemas decorrentes das ações de mineração que atingem a comunidade, e justamente por isso vem trabalhando para que mitigá-los. De acordo com o promotor, o licenciamento ambiental concedido pelo Estado de Minas Gerais a Gerdau é problemático, porque permite que as atividades de mineração ocorram em regiões vizinhas ao distrito. “Para além das investigações que já estão em andamento, a nossa intenção é construir uma uma rede de fornecedores e empreendedores em Miguel Burnier para incentivar as trocas comerciais com a Gerdau nesse primeiro momento”, afirma o promotor.
Como desdobramento deste projeto, a primeira feira do moradores da comunidade aconteceu nesta sexta-feira (01/11) com alguns moradores que puderam expor e vender seus produtos, na sede da Gerdau/Açominas.
Por Sarah Gonçalves