Ouro Preto – O Museu das Reduções terá nova sede em Cachoeira do Campo. A instalação das obras está em estágio avançado e pode ser reinaugurado até a semana santa. A informação é do responsável pelo acervo Carlos Alberto Vilhena.
Nesta quinta-feira, 23, o prefeito de Ouro Preto, Júlio Pimenta e o vice, Ailton Miranda, acompanhados de Dona Ana Pimenta, visitaram as novas estruturas do Museu da Reduções, em Cachoeira do Campo, eles foram recebidos por Carlos Alberto Vilhena e pelo ex- vice-prefeito, Dr. Renato Moreira Figueiredo, incentivador do projeto.
O Museu das Reduções encerrou suas atividades no distrito de Amarantina em outubro de 2016. Em busca de alternativas para sua manutenção, Carlos Alberto buscou parcerias com outros municípios como Itabirito e São Lourenço, mas o Museu acabou sendo transferido para Cachoeira do Campo permanecendo em Ouro Preto, como foi o desejo dos fundadores.
Com praticamente todo acervo transferido para a nova sede, as reduções já estão praticamente remontadas. Passam agora por restauro em detalhes. A perspectiva é que esteja reinaugurado até a semana santa, época em que a cidade recebe grande número de turistas.
O trabalho de confecção das reduções iniciou em 1978. Hoje são 29 obras, como as reduções do palácio da Alvorada, passando pelo Outeiro da Glória, do Rio de Janeiro, igreja em que foram batizados os membros da família real brasileira como Dom Pedro II e a Princesa Isabel. Chegando a casa de Câmara e cadeia de Mariana e à Casa dos Contos de Vila Rica.
Os Irmãos Ênio, Evangelina, Silvia e Décio Vilhena trabalharam pessoalmente em todas as obras do museu. A primeira obra foi a igreja de Campanha, no sul de Minas, realizada por Ênio, despertando o interesse dos outros irmãos, em 1980 chegaram a Ouro Preto se instalando em Amarantina. Em 1986 foi criada a instituição sem fins lucrativos, “Projeto Redução”, e em março de 1994 foi inaugurado o Museu das Reduções, em prédio próprio projetado por eles. “Era um museu moderno para a época, que utilizava o sistema de circuito e não de salas individuais, desta época para cá o museu veio tentando sobreviver através da bilheteria”, explicou Carlos Alberto.
De acordo com Carlos Alberto Vilhena, o Museu das Reduções teve momentos de glória em Amarantina, com recordes de 2.400 visitantes, apenas para o museu, pois não havia atrações agregadas. O encerramento das atividades em 2016 aconteceu com o fim dos incentivos de leis de incentivo, o que inviabilizou a continuidade das atividades.
“Nós optamos por fechar, até mesmo para preservar esse legado, e tentar caminhar para uma solução que viabilizasse definitivamente, dá pena ver um acervo sem ser visitado. Com o apoio do Dr. Renato Moreira figueiredo, desembargador aposentado e ex-vice prefeito de Ouro Preto, um visionário, grande empresário da nossa região, com muita sensibilidade, conciliamos os interesses e estamos com o novo Museu das Reduções no espaço Vivendas, é um trabalho Hercúleo, devo muito a ele a iniciativa, mas também aos dois artesãos, que são oriundos das equipes do meu pai com meus tios, eram crianças e hoje são os grandes responsáveis pela desmontagem, transporte e remontagem. Sem eles acredito que isso seria impossível, o Mezaque e o Clenilson”, explicou Carlos Alberto.