Em 2003, a Praça Tiradentes virou cenário de destruição e tristeza com o incêndio do Hotel Pilão. O prédio histórico pegou fogo, chegando a alcançar aproximadamente 20 metros acima da estátua de Tiradentes, de acordo com testemunhas da época. O Corpo de Bombeiros teve dificuldade para apagar o incêndio porque a cidade não possuía e até hoje não possui um sistema de alta pressão de hidrantes.
O Diário de Ouro Preto acompanhou durante esses 21 anos o processo em relação ao prédio, atual FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais). Em 27 de outubro de 2004 publicamos: “Dono do Hotel Pilão é aguardado hoje para acertar data de reconstrução”. Em 15 de abril de 2008: “Inquérito do Hotel Pilão continua após cinco anos.” Além dessas matérias, foi publicado também em 19 de outubro de 2004 que a Casa de Gonzaga teria sistema contra incêndios. Hoje em dia esse sistema não funciona mais.
Em 2019, foi protocolado no IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) um projeto de rede pública de hidrantes do centro histórico. A proposta era a implantação de 66 hidrantes na região, visando maior segurança em caso de emergências. Depois de 5 anos, a ideia ainda não saiu do papel.
Hoje, existem 11 hidrantes no Centro Histórico, mas somente 5 deles estão em condições satisfatórias, os outros apresentam problemas de baixa pressão ou estão inoperantes. Além disso, falta sinalização, de acordo com o ofício CBMMG/1BBM/2CIA 35/2024, em resposta ao vereador Júlio Gori (PSDB).
O vereador, por meio da indicação nº137/2024, solicitou ao executivo a ampliação e melhorias para a rede de hidrantes. “Nós solicitamos ao executivo que possa fazer juntamente com o comando do corpo de bombeiros uma vistoria rápida e uma adequação urgente para que todos os hidrantes fiquem na condição apta caso ocorra uma emergência igual aconteceu há mais de 20 anos, no caso do Pilão”, ressalta Júlio.
O centro histórico não está preparado para conter o fogo que pode se espalhar em caso de emergências. Júlio Gori relata sua preocupação: “Nós vamos passar isso aí pro Ministério Público também. Caso ocorra uma situação de emergência, Ouro Preto não está preparada até hoje para combater um incêndio de alta proporção. tomara que isso nunca aconteça, mas se caso vier acontecer, a situação nossa hoje de Ouro Preto é grave, é de emergência. então nós precisamos envolver várias instituições nesse problema. Visto que o hidrante hoje nem uma sinalização possui.”
O Diário de Ouro Preto consultou o IPHAN sobre a aplicação do projeto de 2019, ao que foi respondido que em abril foi protocolado um novo projeto de hidrantes de alta pressão. Procuramos a Prefeitura de Ouro Preto para entender o andamento do protocolo, se foram feitas alterações e quando serão implantados novos hidrantes, mas até o momento do fechamento desta edição (1473 – 08/07), não obtivemos resposta.
Por Marcella Torres
Foto Destaque: Foto de cópia do Projeto de instalação de Rede de Alta Pressão no centro histórico