Em um encontro aberto ao público serão discutidas propostas para criação de um espaço expositor de diversas obras de arte
Ouro Preto – A relevância da cidade para as artes plásticas será tema de reunião nesta segunda-feira, 6/03, às 14 horas, no anexo do Museu da Inconfidência, para a criação da Pinacoteca de Ouro Preto, a iniciativa pretende reunir obras dos diversos artistas que tiveram a cidade como tema de suas obras.
Conversamos com os idealizadores do projeto e artistas Daniel D’Olivier e Carlos Bracher sobre a iniciativa. De acordo com o artista plástico Daniel D’Olivier a iniciativa busca identificar todos os pintores que desenvolveram seu trabalho na cidade, desde Manoel da Costa Athaide até os artistas que vieram trabalhar na cidade e a registraram em épocas mais recentes. “Narrar a história da cidade através da pintura, a ideia é que a Pinacoteca reúna essas obras todas, como aconteceu em São Paulo no seu aniversários dos 469 anos”, disse Daniel.
Carlos Bracher destacou que a criação da Pinacoteca é necessária para se ter espaço de apresentação em alto nível, que mostre as obras feitas tendo a cidade como tema, sendo pintada por todos os grandes artistas brasileiros, como por exemplo Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Emeric Marcier, Guignard, Carlos Scliar, Ivan Marquetti. “Também temos os de hoje, Tunico dos Telhados, Vandico, que morreu no ano passado, Elias Layon, Valadares, Chiquitão”.
Para Bracher este é um acervo de importância nacional tendo Ouro Preto como tema. Ele ressaltou que a cidade de Paris, apesar de ter aglutinado grandes nomes das artes plásticas mundial, não tem uma pinacoteca que reúne obras de artistas que registraram a cidade em suas obras. “Não há um museu com as obras de pintores que pintaram a própria cidade de Paris, não há um específico sobre a pintura de Paris, a mesma coisa a cidade do Rio de Janeiro, vários artistas pintaram a cidade e não há também um museu sobre os artistas que a pintaram, são cidades excepcionais pictóricas, comoventes como tema”.
Segundo Carlos Bracher é um acervo importantíssimo da Arte Brasileira, que merece ter em local de convergência, em especial pelo título de Patrimônio Cultural da Humanidade que a cidade carrega. “A ideia do Daniel é extraordinária, totalmente pertinente, é incrível como não se tem até hoje um museu específico, mas também não podemos reclamar, porque Paris também não tem, e é muito mais grave, Paris tem 3 mil anos”.
Daniel D’Olivier defende que parcerias com as instituições da cidade como a Fundação Gorceix e a Universidade Federal de Ouro Preto possam gerar, por exemplo, dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre os artistas que registram a cidade em suas telas. Sendo a Pinacoteca de Ouro Preto, além de zelar pelo acervo, uma fonte de formação do conhecimento.
A ideia é que a reunião desta segunda-feira possa reunir os “Amigos da implantação da Futura Pinacoteca de Ouro Preto”, o encontro é aberto à toda comunidade, as sugestões serão acolhidas para o desenvolvimento das propostas para a implantação.
Por Marcelino de Castro
