O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV), foi um dos convidados da edição especial virtual do ciclo de conferências “Tempos Presentes”, promovida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em comemoração aos 93 anos da instituição e aos 300 anos do Estado.

Em seu discurso, o parlamentar destacou a importância da universidade para Minas e para o País, assim como as parcerias firmadas com a Assembleia em ações e pesquisas relacionadas ao enfrentamento do coronavírus.

Agostinho Patrus afirmou que a UFMG é motivo de orgulho para os mineiros, pela sua função social e sua excelência acadêmica, reconhecidas internacionalmente. Para o deputado, a força da universidade está no mosaico formado por diversidade, estudo, trabalho, dedicação e pesquisa.

O presidente da Assembleia também ressaltou a iniciativa do Parlamento de se juntar àquela que considera a melhor universidade do Brasil para trabalharem juntos em prol dos mais necessitados, os mais atingidos pela pandemia de covid-19. Por meio de um convênio entre as duas instituições, a ALMG acertou o repasse de R$ 1,5 milhão a três projetos em andamento na UFMG: um de telemedicina e outros dois para o desenvolvimento de um ventilador hospitalar mecânico e a produção e distribuição de máscaras faciais de acrílico.

Outras iniciativas conjuntas realizadas recentemente foram a campanha de financiamento coletivo para socorro financeiro de hospitais vinculados à UFMG e a cooperação técnica no monitoramento, na prevenção e no enfrentamento da pandemia.

Em referência aos 300 anos de Minas, Agostinho Patrus lembrou a contribuição da Assembleia na formação do Estado, com destaque para a Constituinte e a Constituição mineiras, pioneiras no País. “Minas tem um pouco de cada um dos estados do Brasil; é aquele que, com moderação, demonstra o caminho”, salientou o deputado.

Conservadorismo e modernização caminham lado a lado em Minas

O professor João Antonio de Paula, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, apresentou um paralelo entre a história de Minas e a da universidade, em sua participação no ciclo de conferências. Ele salientou a realidade multifacetada do Estado e seu “apetite pela transformação, sem perder sua essência”.

Segundo João Antonio, Minas nasceu como uma região rebelde, fruto da mineração, que teria trazido esse clima de disputas e tensão. Sua vida política, marcada pela contestação nos séculos XVIII e XIX, também veio a ser conhecida mais tarde pelo diálogo e a busca pelo entendimento.

Essa “dupla pegada”, como definiu o professor, também esteve presente na origem da UFMG. Ainda antes da universidade em si, foi inaugurada em 1892 a Faculdade de Direito, tendo entre seus fundadores dois monarquistas, Afonso Pena e Afonso Arinos, e um republicano, João Pinheiro. A tradição e a busca por novas formas, aperfeiçoadas, marcam a história da universidade, de acordo com João Antonio.

O resultado é uma instituição que se desenvolveu neste ambiente, com a vocação para captar o que há de mais moderno sem esquecer seu passado, algo que novamente se reflete em Minas, onde o barroco de Aleijadinho foi inspiração para a arquitetura modernista de Oscar Niemeyer, ainda conforme o professor. “Minas e a UFMG são expressões de uma permanente interrogação, com a certeza de que o mundo pode ser melhor”, definiu João Antonio.

Reitora destaca compromissos da UFMG

A reitora da UFMG, professora Sandra Regina Goulart, ressaltou que a universidade atravessou tempos diversos nesses 93 anos, mas sempre comprometida com o conhecimento, a ciência, a informação, a cidadania, os direitos humanos e, sobretudo, a democracia e a vida.

Ela lembrou o compromisso social da instituição com o Estado, ao abordar o auxílio prestado pela Faculdade de Medicina, mais tarde integrada à UFMG, durante a Gripe Espanhola, em 1918, e toda a mobilização da comunidade acadêmica diante da atual pandemia.

Algumas das iniciativas relativas à covid-19 destacadas pela reitora foram os atendimentos hospitalares, os testes, as pesquisas, a produção de álcool em gel e o acolhimento da população mais vulnerável.

Ela ainda salientou o reconhecimento ao ensino de excelência oferecido pela universidade, desafios para o futuro, como o corte de verbas da UFMG e das agências de fomento à pesquisa, e a proximidade com a ALMG, instituição parceira no trabalho pelo povo mineiro.

Universidade consolidada – Também participaram da conferência os ex-reitores da UFMG Clélio Campolina, Ana Lúcia Gazzola e Francisco de Sá Barreto.

Em síntese, eles ressaltaram que é alentador como, apesar de recente em comparação com a realidade de outros países, o sistema universitário brasileiro, de forma geral, e a UFMG, em particular, conquistaram tantos resultados.

Uma preocupação externada pelos convidados está relacionada ao que consideram ameaças atuais à democracia e ao saber, inclusive por parte do governo federal.

300 anos – Para celebrar os 300 anos de Minas, a ALMG e instituições parceiras, como a UFMG, elaboraram uma programação comemorativa que se propõe a celebrar o passado, refletir sobre o presente e projetar o futuro. Essa programação foi parcialmente suspensa em razão dos esforços para contenção da pandemia de covid-19, como forma de atender às medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: Assessoria de Imprensa ALMG