As famílias do Taquaral, que tiveram deixar suas casas, situadas em áreas classificadas como de extremo risco pela Defesa Civil, compareceram hoje, 1º de fevereiro, à Câmara Municipal, na primeira Reunião Ordinária do ano de 2022. Elas, que se juntaram ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, reivindicam a área que a Prefeitura cedeu no passado à empresa ALCAN para recomeçarem suas vidas.

Concentração das Famílias do Taquaral e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto,nesta terça- feira 1º de Fevereiro, na Praça Tiradentes – Foto: Victor Stutz

No último sábado, 29, essas famílias ocuparam o mesmo terreno que atualmente pertence à Novelis, em Saramenha, próximo à UPA Dom Orione. Hoje, acompanhadas pelo advogado do MTST, Jairo Pereira dos Santos, elas compareceram à Câmara para apontar o caminho para legitimar a ação. Segundo o advogado que analisou o contrato firmado na época, em 1935, o termo impedia qualquer desvio de funções das terras, que só poderiam ser utilizadas para atividades industriais relacionadas à mineração. Segundo Jairo, “a mineração já retirou todas as riquezas do local, mas existem empresas que estão fazendo parcelamento irregular do solo e vendendo, usando as terras para especulação imobiliária”. De acordo com ele, são 300 hectares que podem muito bem servir para abrigar aquelas famílias que foram empurradas para viver nas encostas.

O desvio de função daquele espaço é uma denúncia grave, e o grupo de manifestantes quer que a situação seja investigada por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, e que o terreno em questão seja utilizado para fins de moradia social.

Martinha Luíza de Jesus, vice-presidente da Associação dos Moradores do Bairro Taquaral, conta que o movimento envolve hoje cerca de 80 pessoas que foram colocadas em abrigos temporários pela Prefeitura: “Mas essas pessoas que foram retiradas de suas casas querem uma solução definitiva”, ela garante. Para isso, essas famílias contam com o suporte político do vereador Kuruzu que, segundo Martinha, “não deixou de assisti-los mesmo durante o recesso parlamentar, quando a maioria dos vereadores estava de férias”, disse a vice-presidente.

Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto