A pesquisadora de cinema e professora chilena Alicia Vega Durán será destaque da Temática Educação da 16ª CineOP que será realizada de 23 a 28 de junho em formato online. O Encontro da Educação: XIII Fórum da Rede Kino debate Processos de Criação Audiovisual e Metodologias em tempos de pandemia e Ensino a Distância reúne dezenas de profissionais da educação em debates, encontros e masterclasses, apresentação de projetos audiovisuais educativos compartilhando experiências dentro e fora do Brasil.
Definida pelas curadoras Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga, a Temática Educação na 16a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto vai se pautar em torno do tema “Das ruínas às utopias: processos de criação audiovisual e metodologias de ensino”. A proposta é discutir formas possíveis de aprendizado audiovisual em tempos de pandemia e ensino a distância. Para tal, o recuo aos anos 1990 se mostra importante, pois foi nessa década que surgiram câmeras de filmar suficientemente leves e acessíveis e que, associadas ao contexto social e político da época, possibilitaram uma série de propostas formativas envolvendo o cinema e os movimentos sociais no Brasil. Toda a programação do Encontro da Educação: XIII Fórum da Rede Kino será transmitida gratuitamente no site www.cineop.com.br.
Neste contexto, a Temática Educação desta edição destaca a pesquisadora de cinema e professora chilena Alicia Vega Durán. Ela chega, os 89 anos, recebendo importantes prêmios e homenagens por sua vida, por sua obra e pelos seus compromissos em toda a América Latina. Teve o seu Taller de cine em 1987, uma das 35 oficinas de cinema para mais de 100 crianças que realizou durante sua vida nos bairros mais vulneráveis de Santiago de Chile, registrada por Ignácio Agüero. O documentário “Cien niños esperando un tren (Cem crianças esperando um trem)” ganhou inúmeros prêmios no mundo inteiro. O público da CineOP vai poder conferir uma Sessão Debate com o diretor sobre o filme com a participação do cineasta e dos professores Wenceslao de Oliveira e Verônica Pacheco de Oliveira Azeredo, no dia 24, quinta, às 20 horas.
Em 1979, publicou o livro “Re-visão do cinema chileno”. Em 2000, recebeu o “Reconhecimento de Mérito Artístico e Cultural” concedido pela Divisão de Cultura do Ministério da Educação do Chile. Em 2006, Alicia Vega publicou “Itinerário do cinema documentário chileno 1902-1990”, uma análise de 259 documentários realizados no Chile entre 1902 e 1990 e, em 2012, publicou o livro “Taller de cine”. Recentemente foi criada a Fundação Alicia Vega e neste ano está lançando três livros: “A Linguagem do cinema”, “Os filmes” e “Doze jogos”, escritos à mão e com um formato lúdico apresentado em uma caixa. Alicia afirma que a aprendizagem de cinema como espaço democrático devolve a dignidade às crianças. Ela estará presente no evento com a masterclass internacional “Como ensinar cinema às crianças?”, em que compartilha suas experiências com mediação do próprio Ignácio e da curadora Adriana Fresquet, no dia 25 de junho, sexta-feira, às 10 horas.
Antes disso, a programação do Seminário inicia com o debate inaugural “Memórias entre diferentes tempos”, no dia 24 de junho, quinta, às 10 horas. A mesa contará com presenças relevantes à cada temática para discutir o mote central do evento. Pela educação, a professora e pesquisadora Inês Teixeira participa ao lado da professora de Política e Gestão da Cultura da UFRB, Laura Bezerra (indicação da Temática Preservação) e do professor e pesquisador Alfredo Manevy (história). A mediação é da curadora da Temática Educação Clarisse Alvarenga.
Essenciais no desenvolvimento e inserção de novos autores e autoras dentro das possibilidades audiovisuais, as oficinas de vídeo serão discutidas no encontro “Oficinas de vídeo: Tradições e transformações”, com Luiz Fernando Santoro, professor da USP e um dos fundadores da Associação Brasileira de Vídeo Popular (ABVP), e Gianne Neves Oliveira, do Centro de Criação da Imagem Popular (Cecip) também na quinta, dia 24, às 14 horas. A base será os anos 1990, quando surgiram câmeras de filmar suficientemente leves e acessíveis que, associadas ao contexto social e político da época, possibilitaram uma série de propostas formativas de oficinas de vídeo envolvendo o cinema e os movimentos sociais. A mediação será de Clarisse Alvarenga – curadora da Temática Educação.
Às 17 horas de sábado, dia 26, entra no ar a masterclass internacional ministrada por Natalia Mardones, coordenadora geral do Programa Escuela al Cine, da Biblioteca Nacional de Cinema do Chile e que vai tratar de “Mostrar e criar filmes na escola”, colocando em pauta o programa Escuela al Cine, que é uma iniciativa da Cineteca Nacional de Chile.
No domingo, dia 27, às 10 horas, o debate “Pedagogias do cinema e curadoria” vai tratar da problemática curatorial como fundamental para atender às necessidades e decisões pedagógicas atuais. Na presença de Ana Paula Nunes, professora da UFRB, e Nicolás Guzmán Martínez, da Universidade do Chile, o objetivo é abordar a importância de disponibilizar acervos públicos digitais para atualizar o currículo e articular novos processos pedagógicos. A mediação será de Adriana Fresquet – curadora da Temática Educação.
Anualmente, o Encontro da Educação realiza o debate “Um plano de cinema, um plano de aula”, que em 2021 reúne a dupla de cineastas Isael Maxakali e Sueli Maxakali com Rosângela de Tugny, professora da UFSB. A proposta é aproximar as perspectivas de cada profissional através de um diálogo e das relações de desenvolvimento, abrindo uma brecha criativa de produção de conhecimento sensível e colaborativo entre os convidados. A mesa acontece no dia 28, segunda, às 10 horas, com mediação de Clarisse Alvarenga- curadora da Temática Educação.
O Encontro da Educação conta ainda com a exibição de projetos audiovisuais educativos que vinculam telas e janelas para ver o mundo em tempo da quarentena. São cinco sessões com 16 trabalhos selecionados especialmente para a CineOP, vindos de seis países da América Latina (Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, México e Uruguai) e cinco trabalhos da UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, comentados e discutidos ao vivo. Outra série são os mais de 20 títulos apresentados durante a mostra a partir de proposições vindas do que intitula a temática este ano: “Das ruínas às utopias: processos de criação audiovisual e metodologias de ensino”, sendo 18 curtas inscritos selecionados, três curtas do Projeto Cero En Conducta e cinco títulos do Projeto Escuela ao Cine.
SOBRE A CINEOP
Pioneira desde sua criação (2006), a enfocar a preservação audiovisual, história, educação e a tratar o cinema como patrimônio, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto chega a sua 16ª edição, de 23 a 28 de junho de 2021, no formato online e reafirma seu propósito de ser um empreendimento cultural de reflexão e luta pela salvaguarda do rico e vasto patrimônio audiovisual brasileiro em diálogo com a educação e em intercâmbio com o mundo.
Estrutura sua programação em três temáticas: preservação, história e educação. Durante seis dias de evento, o público terá oportunidade de vivenciar um conteúdo inédito, descobrir novas tendências, assistir aos filmes, curtir lives musicais, trocar experiências com importantes nomes da cena cultural, do audiovisual, da preservação e da educação, participar do programa de formação que oferece oficinas, masterclasses internacionais e debates temáticos. Tudo de graça pelo site www.cineop.com.br
Fonte: Assessoria Mostra CineOP