Na última quarta-feira (28/08), os jornais da região foram reunidos em uma coletiva de imprensa com Roberto Rodrigues, candidato a prefeito de Mariana pelo Partido Liberal (PL). O encontro aconteceu no restaurante da Mina da Passagem, estabelecimento do candidato. Roberto Rodrigues foi prefeito de Mariana por onze meses em 2012.


Um dos questionamentos levantados na coletiva foi sobre o fato de o partido do candidato ter sido colocado como coligado ao partido PSB no dia 28 de julho, em evento que também lançou oficialmente a candidatura de Juliano Duarte. Além do PL, os partidos Novo e Avante também estavam nessa coligação e saíram para acompanhar a chapa de Roberto.


Roberto explicou na coletiva que isso ocorreu porque o PL não tinha o número suficiente de candidatos homens e mulheres para formar uma chapa, mas que depois da adesão do PT à coligação do PSB, o PL obrigatoriamente precisaria sair. O candidato ressalta: “Eles insistem em que o PL apareça na coligação porque fizeram uma convenção onde o PL fazia parte e tiveram a adesão do PT depois da federação. Depois disso, o PL baixou uma norma dizendo que não podia. Na convenção, disseram que o majoritário cabeça é um fulano e os vereadores são esses, e numa segunda reunião decidiríamos quem seria o vice por votação. Essa reunião não se realizou e, se ocorreu, não foi transmitida para a Justiça Eleitoral. Assim, para a Justiça Eleitoral não existe essa reunião. Se existisse, ela mostraria que o Avante não estava lá, que o PL não estava lá, que o Novo não estava lá. Como essa reunião não foi transmitida, a Justiça Eleitoral só tem a primeira convenção, onde todos esses partidos faziam parte.”


Sobre isso, Roberto ainda afirmou ter tentado retirar o PL da coligação e que, como isso não havia sido feito, precisou impugnar a candidatura de Juliano: “Quando o outro candidato atraiu o PT para coligar com ele, o PL não poderia permanecer lá. Notifiquei-os que o PL deveria sair. Eles falaram que tinha que sair, mas não retiraram. Retiraram o Novo, o Avante, e deixaram o PL lá para causar confusão. Quando a justiça eleitoral notificou a nós e a eles sobre a dupla coligação, fui obrigado a impugnar a candidatura deles. Antes de eu intervir e impugnar a candidatura deles, dizendo que não estávamos lá, eles foram à Justiça Eleitoral e disseram que nós não fazemos parte da coligação. No entanto, como eles não têm uma ata que diga que o PL não está lá, você ainda vê o PL como coligado.”


Além disso, Roberto ainda afirma haver mais um motivo para os pedidos de impugnação de Juliano: “Agora, sobre a outra questão, ele pode ser candidato? Não, ele não pode. Outra nossa impugnação é que, quando você ataca a consequência, não resolve o problema, apenas ameniza. A Constituição Federal proíbe o terceiro mandato do mesmo grupo familiar. A lei orgânica do município diz que, na ausência do prefeito, assume o presidente da câmara. Mas a Constituição não permite o terceiro mandato da mesma família. Então, a questão não é se ele foi eleito ou se teve votos, mas se ele pode assumir o mandato. E por isso foi retirado. Agora, que é o quarto mandato, também é vedado. Não pode ser o terceiro e não pode ser o quarto.”


A reportagem procurou o candidato Juliano Duarte e a assessoria da chapa, e até o fechamento do jornal, às 20h21, não recebemos resposta.

Por Marcella Torres