Espirito Santo – A Samarco realizou seu primeiro embarque dia 11/01, apenas 20 dias após o reinício das operações no complexo Germano, no dia 23/12. A retomada da empresa era aguardada pelas comunidades em que sua operação é base da economia. Representando cerca de 50% da arrecadação de Mariana, 35% da arrecadação de Ouro Preto, 6,5% do PIB do Espírito Santo, dados referentes ao ano de 2015 em plena operação. O primeiro embarque do navio, que tem como destino a Europa, foi carregado com cerca de 75 mil toneladas de pelotas de minério de ferro, .
Os novos prefeitos estão interessados na retomada da Samarco, apesar de não ter prefeito definitivo, Mariana também se interessa pelo retorno das operações da Samarco, a empresa sempre foi a maior empregadora da cidade, além de gerar cerca de 50% de toda a arrecadação do Município. O vácuo na arrecadação foi vivida por Duarte Júnior, que diante do controle da crise do rompimento da barragem acabou sendo reeleito, hoje como presidente da Câmara e naturalmente o prefeito interino, Juliano Duarte irmão de Duarte Júnior pode ser o felizardo a perceber a liquidez da operação da Samarco, claro que se for dado a ele tempo de tocar a prefeitura, pois a eleição extemporânea não é descartada.
Já em Ouro Preto, o prefeito Angelo Oswaldo entende que a Samarco tem sua função iniciada no distrito de Antônio Pereira, com suas reservas de minério de ferro, apesar de conhecer o impacto do empreendimento, o prefeito disse durante a posse que antes de conversar com a Samarco, quer que Ouro Preto seja incluído nos programas da Renova.
A empresa também foi o interesse dos vereadores em sua primeira semana de trabalho, aprovaram Requerimento, por 14 votos para que a Samarco fale sobre a estrada que liga Antônio Pereira à Praça Tiradentes. O Impacto Econômico da Samarco também é outro ponto que interessa às autoridades e à população que busca trabalhar, prestar serviços ou vender para ela.
A Samarco enviou três notas de resposta referentes aos assuntos questionados e sobre seu primeiro embarque:

Primeiro embarque

“A Samarco informa que o primeiro embarque do navio, com cerca de 75 mil toneladas de pelotas de minério de ferro, ocorreu no último dia 11 de janeiro, com destino à Europa. A empresa retomou suas operações no dia 23 de dezembro do último ano, com 26% de sua capacidade produtiva total, que representa a produção de cerca de 7-8 milhões de toneladas de minério de ferro por ano (Mtpa).

Da mina ao porto

A mineração envolve diversas etapas, e a Samarco opera com logística própria e de forma integrada do início ao fim da produção. Para a retomada das operações, a Samarco reativou um dos seus três concentradores, um dos seus minerodutos, a Usina 4 de pelotização, além de implantar o sistema de filtragem de rejeitos.
A extração e o beneficiamento do minério de ferro ocorrem no Complexo de Germano, situado nos municípios de Mariana e Ouro Preto. O minério de ferro é retirado da Mina de Alegria e, após passar pelo processo de beneficiamento, o rejeito arenoso é bombeado até o sistema de filtragem – implantado pela empresa para uma retomada mais segura e sustentável, que permite que 80% do total de rejeitos a serem gerados deixem de ser dispostos em polpa em barragens. Este material é desaguado e posteriormente empilhado a seco na Pilha de Alegria Sul. Os 20% restantes, compostos por água e fino de minério, são dispostos na Cava Alegria Sul, uma estrutura de contenção natural rochosa e mais segura. Para tornar o processo mais sustentável, a água extraída com a filtragem é recirculada no processo produtivo.
Já em forma de polpa, o material é transportado via mineroduto, que percorre 25 municípios até chegar ao Complexo de Ubu, em Anchieta, no Espírito Santo, onde o minério passa pelo processo de pelotização e, por fim, é embarcado em terminal portuário próprio, o Porto de Ubu, com destino ao cliente final. Os minerodutos são monitorados 24 horas por dia, sete dias por semana, a partir das salas de controle nas duas estações de bombeamento, localizadas nas unidades de Germano e em Matipó (MG).”

ESTRADA OP-10

O vereador reeleito por Antônio Pereira, Vander Leitoa (Solidariedade) teve requerimento aprovado para que representantes da Samarco expliquem aos vereadores, em plenário, a situação do cumprimento da condicionante.
Segundo Vander Leitoa a Samarco tem 12 meses para cumprir a condicionantes. Ele também informou que está havendo movimentações na área da estrada, que já estariam sendo realizados os serviços topográficos.
“A Comunidade há muitos anos espera essa ligação com a sede, então uma reparação de mais de 300 anos, é isso que a comunidade espera e vai ter uma acessibilidade para a sede”, desabafou o vereador, que sendo reeleito quebrou o padrão que havia sobre o distrito de Antônio Pereira, por não reeleger vereador. Engajado, especialmente nas causas da mineração e a comunidade, Vander Leitoa é membro da Comissão Especial da Mineração recém criada na Câmara.
Outro Lado – “A Samarco informa que o calçamento da estrada municipal que liga Ouro Preto ao distrito de Antônio Pereira está previsto em uma condicionante da Licença de Operação Corretiva (LOC). Os estudos de viabilidade da obra, incluindo estudos de topografia, foram contratados e terão início neste mês.
A empresa informa ainda que serão realizados estudos específicos para avaliar a possibilidade da utilização de rejeitos de minério na execução da obra. Como previsto na condicionante, o início das obras terá prazo não inferior a 12 meses após a retomada das operações da empresa.
A Samarco retomou suas atividades integradas nos Complexos de Germano (MG) e Ubu (ES), no último dia 23 de dezembro, com 26% de sua capacidade produtiva total, que representa a produção de cerca de 7-8 milhões de toneladas de minério de ferro por ano (Mtpa). Para o reinício, a empresa reativou um dos seus três concentradores e a usina de pelotização 4.”

CFEM

Sobre a Compensação Financeira pela Exploração Mineral – CFEM a empresa enviou a seguinte nota:
“A Samarco informa que, devido à recente retomada das operações, ocorrida no último dia 23 de dezembro, não possui, neste momento, base para projetar o recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).
A empresa informa ainda que atualmente é feito o recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para os municípios de Mariana e Ouro Preto.”
Por Marcelino de Castro Fotos: Jefferson Roccio