A Samarco religou em agosto a terceira pelotização em sua unidade de Ubu, em Anchieta (ES), com sua capacidade de produção ampliada, a meta de produção, apresentada pelo presidente da empresa, é de 60% do volume produzido antes do rompimento e da paralisação das operações. 

A empresa está concluindo a instalação de uma nova unidade de filtragem, fundamental para a operação sem barragens. A nova planta de filtragem produzirá mais minério para a produção das pelotas. Atualmente a empresa está com sua capacidade instalada ociosa, com a primeira e a segunda pelotização paralisadas. 

A retomada da capacidade de 100% da empresa é uma das expectativas dos governantes que estão em busca dos recursos da Repactuação. A Samarco tem agora atribuições que estão sob a responsabilidade da Fundação Renova, além dos compromissos em fazer na ordem de 32 bilhões.   

Para cumprir as obrigações da Repactuação, a Samarco precisava ter recursos, afinal após o rompimento ela ficou inoperante. Os impactos da operação da empresa além da geração de emprego e renda são de interesse dos governantes.

O prefeito de Mariana, Celso Cota, está intrigado com a base de cálculo da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) a ser paga pela Samarco ao município de Mariana, pela polpa que é enviada para Ubu. De acordo com Celso Cota, o valor determinado para base de cálculo da CFEM,  estaria subestimado, pois ele aguardava maiores repasses de CFEM para a Prefeitura. 

Já o prefeito eleito, Juliano Duarte, disse em entrevista coletiva, realizada dia 21/11, que pretende negociar com as mineradoras a antecipação dos repasses. Juliano destacou que em 3 anos, a prefeitura investe o valor destinado para a Saúde em 20 anos. Atualmente as despesas com o custeio da saúde pública estão estimadas em R$ 300 milhões ao ano. 

Em Agosto, o presidente da Samarco Rodrigo Vilela explicou que até dezembro, com a integração entre fábrica e mina, com a reativação do segundo concentrador, será atingida a produção de 60%, da capacidade que a empresa tinha em 2015. “Esse é nosso marco, claro que já estamos mirando no futuro”.

Ele frisou ainda que um dos pilares da estratégia da empresa  é a retomada gradual. “Um passo de cada vez, buscando evoluir na engenharia sem a utilização de barragem. E o que nós priorizamos lá em 2020, é a descaracterização das barragens de alteamento a montante […] A cava de Germano já está totalmente descaracterizada e, nós praticamente estamos terminando a descaracterização da barragem de Germano, com muito esforço, estudos, processos de licenciamentos adequados para que possamos chegar em 2028 utilizando as usinas que estão paradas”. 

Em retorno a reportagem do diário de Ouro Preto a empresa encaminhou a seguinte nota:
A Samarco informa que de janeiro a outubro deste ano, foram produzidas 7,89 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério. No acumulado, da retomada até outubro deste ano, a produção chegou a 33,55 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério, com 343 navios embarcados.

Atualmente, a empresa opera com 30% de sua capacidade operacional e deve alcançar 60% da capacidade instalada até o final do 2024 e, 100% até 2028. 

Para isso,  em  agosto deste ano, a empresa intensificou suas atividades, em Ubu,  no Espírito Santo, com a reativação de mais uma usina de Pelotização. A Samarco pretende dar mais um passo para o alcance dos 60% com a retomada do Concentrador 2 e de mais uma planta de filtragem de rejeitos, em Minas Gerais, em breve.

Por Marcelino de Castro

Foto: Filtragem Samarco- Marcelino Castro