Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Agora é oficial, dois casos da Monkeypox, a chamada “varíola dos macacos”, foram confirmados em Ouro Preto. A informação é do secretário municipal de Saúde, Leandro Moreira e, segundo ele, os pacientes se encontram estáveis.

Ainda há muitas dúvidas sobre a doença de caráter viral que possui este nome apenas porque foi identificada pela primeira vez em um primata. Leandro esclarece que a Monkeypox é uma doença transmitida, principalmente por meio de contato direto ou indireto com sangue, fluídos corporais, lesão de pele ou mucosa de animais infectados, o que inclui contatos através de mordida: “ Os hospedeiros são animais, vários roedores e primatas não humanos. O reservatório ainda é desconhecido e a principal hipótese e que seja em pequenos roedores. A transmissão secundária, ou seja, de pessoa para pessoa, pode ocorrer por contato próximo com secreções respiratórias infectadas, lesões de pele de uma pessoa infectada, ou mesmo com objetos e superfícies contaminados”

O secretário conta que a transmissão por gotículas respiratórias também pode ocorrer, mas geralmente requer contato pessoal prolongado: “Isso coloca os profissionais de Saúde, membros da família e outros contatos próximos em maior risco”.

Estamos na 37ª semana epidemiológica e foram registradas em Ouro Preto, até o momento, 5 notificações de suspeita de Monkeypox. Destas, 3 foram descartadas. Dos casos confirmados ocorreram, até agora, em pessoas do sexo masculino com idade entre 18 e 39 anos.

Os atendimentos aconteceram na rede do SUS e, devido à evolução clínica dos casos, “não houve necessidade de internação nem de isolamento, mas os pacientes estão sendo acompanhados pela equipe de Vigilância Municipal de Saúde, que segue monitorando eventuais e novas ocorrências”, disse o secretário.

PREVENÇÃO É O MELHOR REMÉDIO

No Brasil, a Monkeypox ainda não alcançou o status de epidemia, mas já é considerada um surto. Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde, ainda não há um tratamento específico para a doença e a confirmação do diagnóstico ocorre apenas por exame laboratorial, que é feito gratuitamente na rede SUS. Os principais sintomas incluem lesões na pele (erupções e manchas), febre, dor de cabeça, aumento de ínguas (linfonodos) em algumas partes do corpo, dores musculares e fraqueza, mas nem todas as pessoas apresentam todos esses sintomas. Como ainda não há um tratamento específico para a Monkeypox, a melhor medida ainda é evitar o contágio.

COMO PREVENIR: Utilize máscara e proteja as lesões para evitar a exposição – Evite aglomerações – Limpe frequentemente (mais de uma vez ao dia) as superfícies suspeitas de contaminação e, principalmente, o banheiro – Separe, evite a manipulação, e higienize roupas pessoais, de cama e banho com água quente – Lave as mãos com frequência, sobretudo antes de ir ao banheiro, de cozinhar ou se alimentar – Use toalha descartável, ou troque as de tecido sempre que estiverem úmidas – Na impossibilidade da lavagem das mãos, utilize álcool 70% – Não compartilhe talheres, que devem ser lavados com água quente (próximo do ponto de fervura) e sabão comum – Na indisponibilidade de água aquecida, pode ser utilizada solução contendo água sanitária – Descarte resíduos contaminados como máscaras, curativos e bandagens de forma adequada, utilizando 2 sacos de lixo – Ao descartar o lixo de pessoas contaminadas, utilize sempre que possível, luvas descartáveis.