Sem diferenças nem distinção, ouro-pretanos celebram o fim de ano unidos pela religiosidade

Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Foi no Século XVIII, quando o arraial do Antônio Dias se uniu ao arraial do Ouro Preto, uma disputa foi iniciada entre os dois lados da nova Vila Rica. De um lado, os moradores do Bairro Antônio Dias, os chamados Jacubas. Do outro, os moradores do Bairro Pilar, os Mocotós.

Divididos por uma fronteira imaginária, reza a lenda que tudo começou quando um certo coronel trouxe de Portugal uma imagem de Bom Jesus dos Passos para ser doada à Matriz do bairro Antônio Dias, onde ergueu-se a majestosa igreja, recentemente elevada ao status de Santuário de Nossa Senhora da Conceição. Contam os antigos que um burrinho ficou encarregado de trazer imagem do Rio de Janeiro e, ao chegar em Ouro Preto, errou o caminho e seguiu rumo à Matriz do Pilar, dando início à confusão.

Celebrações de fim de ano em Ouro Preto

Há várias outras lendas que justificam a origem das “patentes” Jacuba e Mocotó, mas o certo é que essa rixa já foi superada há tempos, e tornou-se apenas uma brincadeira divertida que relembra a antiga rivalidade entre as irmandades das duas Paróquias, a do Antônio Dias e a do Pilar. E brincar é preciso, ainda mais em tempos difíceis como este que passamos, com perdas, restrições e dificuldades impostas por um cenário de surto mundial.

Na semana passada, o Diário de Ouro Preto divulgou a programação religiosa de fim de ano da Paróquia do Pilar:

Hoje trazemos a programação da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. As programações são distintas, mas abertas e dedicadas a todos os ouro-pretanos, sejam Jacubas ou Mocotós, que se unem na virada movidos pelo mesmo sentimento: a fé em tempos melhores que virão.