Ouro Preto – A Saneouro é mais uma novela contada pelo Diário de Ouro Preto, o capítulo de hoje é a Tarifa Social! Vamos falar também um pouquinho da política regional, afinal de contas tivemos Cármen Lúcia negando provimento ao pleito de Celso Cota, tivemos o retorno da Câmara, sem falar que Zema deve estar bravo com esse jeitinho mineirinho, bem no “sotaquinho” e com muitos ditos populares!

Então vamos lá, a sexta-feira, 4/08, não deve ter sido muito fácil para o prefeito Angelo Oswaldo, ter que se colocar publicamente na mesma mesa com a Saneouro, para dizer que as dívidas das famílias na faixa da tarifa social serão agraciadas com a possibilidade de reduzir  suas dívidas. Durante os 18 minutos de sua fala, o prefeito lembrou que seus antecessores são responsáveis pela presença da Saneouro na cidade, Zé Leandro por ter aprovado a legislação na Câmara e Júlio Pimenta por ter realizado a concessão.
Angelo Oswaldo disse que investiu R$ 21 milhões no Semae, e que em 8 anos os dois prefeitos não investiram R$ 2 milhões. Ele deixou claro que só não tirou por não ter conseguido, e apesar de estar na mesa com a Saneouro falou que este acordo de renegociação das dívidas é o que pôde ser feito para resolver a aflição das pessoas, mas como deixou entender é uma posição de momento. Digamos que ele pode ter uma carta na manga, e ainda tem tempo de bater com as 10, se conseguir receber a dívida das mineradoras.
Mas antes do prefeito esbravejar e se conter, a Vice-prefeita regina Braga já havia sido claríssima ao dizer que foi contra a Concessão, e disparou “nós estávamos certos, agora estamos consertando o que não foi resolvido na concessão. Quem vai cuidar do tratamento nessas localidades? O povo  não pode ser sacrificado, é a gente tentando resolver a coisa mal feita no passado. Que tenhamos água de qualidade e tarifa justa”, desabafou Regina Braga, que chegou a perguntar ao vereador Vantuir sobre a posição dela na Câmara na Legislatura passada. 

O presidente da Câmara, Zé do Binga, já havia questionado as localidades que ficaram fora da concessão, Regina voltou no assunto e frisou: “ O povo não pode ser sacrificado”.

Quando abriram a possibilidade de se fazer as perguntas, logo apresentei como candidato a questionar primeiro, e assim o fiz, após a resposta, sem quem fizesse outra pergunta propus realizar outra, o que foi aceito pela mesa, quando fui lembrado da liberdade de expressão, aí tive que responder que nem todos gostam, Zema por exemplo não deve ter gostado da pergunta que fiz sobre sua ausência no dia de Minas e continuei, quando cheguei encontrei Kuruzu na porta, né Kuruzu? Disse a ele que achei que só eu iria assombrar a coletiva, mas que a presença dele ali também poderia ser entendida assim!
Depois dessa quebra de papel social, voltei-me para a frente e fiz a segunda pergunta sobre o abastecimento no subdistrito da Chapada. Sem quem fizesse a terceira pergunta, tasquei-lhes outra, sobre a hidrometração, e descobri que vão instalar também nos distritos que não tem hidrômetro… Só não fiz a quarta pergunta para não sair de chato, as três que fiz já contemplam grande parte dos nossos leitores.

Mariana é a política

Durante os discursos da inauguração das obras de restauração da Câmara de Mariana, o assunto ao pé do ouvido era o julgamento do TSE do recurso Especial de Celso Cota, ainda têm os que acham que ele terá a posse garantida. Mas depois do voto da Ministra Cármen Lúcia, parece que o sonho acabou. Ela reclamou das “idas e vindas” do processo e alertou ao presidente do TSE, Alexandre de Morais, que aquele processo era tudo o que não poderia ocorrer no TSE. 

Em Mariana, tem até oponentes que acham que Celso Cota leva a Prefeitura, mas também têm aqueles que viram no pedido de vistas uma saída para a vitória de Celso. A risada do presidente Alexandre de Moraes encerrando o julgamento, dizendo que terão que esperar o voto dele,  foi compreendida como a chance de Celso Cota. Ocorre que a defesa foi bem desarmada em suas teses, durante o voto da relator, a ministra Cármen Lúcia, folheando seu voto, atentamente e num mineirês, digamos que ela rasgou a folha de taioba! Não ficou fácil para o Celso depois do voto dela. Ela quer novas eleições. 

Então, a Câmara de Mariana, assim como há 312 anos atrás, é responsável pela gestão da cidade, encaminhando seu presidente para a interinidade de prefeito. 

Por Marcelino de Castro

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