Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Eis que se espalha a notícia de que a obra musical conjunta de Fernando Brant e Tavinho Moura havia sido reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Obviamente, como manda o figurino, nós, do Diário de Ouro Preto, fomos imediatamente apurar a informação. No entanto, após várias tentativas de contato, não obtivemos nenhum retorno da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a agência internacional salvaguarda do patrimônio cultural tangível e intangível do mundo todo, e responsável pela decisão de atribuir aos bens materiais e imateriais, o status de patrimônio mundial.

Enquanto isso, a notícia continua se espalhando nos noticiários de BH, a capital dos mineiros, e também nas redes sociais. Porém, o próprio Tavinho Moura, um dos agraciados com o suposto título, não mencionou o assunto no seu perfil no Instagram. O Jornal O Estado de Minas, um dos primeiros a divulgar, retirou a notícia do ar na sexta-feira, dia 31/12.

De acordo com as reportagens que circulam desde o dia 30 de dezembro, “a Unesco concluiu que a obra dos dois artistas reflete todas as camadas culturais, sociais, de conflitos de culturas e de rearmonização do mundo através das inúmeras referências às populações originárias, à população africana e às populações europeias que criaram, por meio de muitas batalhas, o que hoje podemos considerar a cultura da região de Minas Gerais”. Enquanto a Unesco não se pronuncia oficialmente, rumores de fraude e outras irregularidades no processo começam a ser levantados no meio cultural.

O Diário de Ouro Preto continuará apurando e logo divulgaremos os resultados da nossa investigação. Porém, independente da autenticidade do título atribuído à obra de Moura e Brant, o certo é que o trabalho dessa dupla genial de compositores é merecedora de todo nosso crédito e respeito, pois, inegavelmente, representa uma faceta valiosa da identidade cultural de Minas e dos mineiros.

Em breve, saberemos ao certo se os grandes veículos de comunicação do Estado acertaram em cheio ao divulgar precocemente a notícia ou se, ingenuamente, caíram numa cilada.