Líder da associação de reciclagem, pede por salário fixo e melhores condições de trabalho para  catadores

Ouro Preto –  A presidente da Associação de Catadores do Padre Faria,  Maria da Graça Santos Carvalho, “Gracinha da reciclagem” utilizou a Tribuna da Câmara, ontem 29/06, durante a  39ª reunião ordinária, para debater  o projeto de lei que estabelece o “Auxílio Catador” com repasse mensal do valor fixo de R$ 500,00 a catadores do município que estejam vinculados à uma cooperativa. 

Os  vereadores  presentes falaram sobre o tema e a reunião contou com a participação especial dos alunos da escola  Municipal Izaura Mendes, localizada no bairro Piedade que conheceram um pouco mais sobre o Plenário e  como funciona o ambiente legislativo.

A presidente da Associação contou que cada vez mais a classe dos trabalhadores da reciclagem vem sendo desvalorizados em todo o país, devido a diversos fatores. Em alguns casos eles não possuem o 13º salário e as férias anuais. Ela afirma que os preços baixos dos resíduo sólidos dificultam a remuneração e por isso, o auxílio fixo de R$ 500 para os catadores é importante.

“Estivemos com 18 associações de catadores em BH e a situação é a mesma” , disse Gracinha. Ela questiona também as condições em que os materiais estão chegando, que os valores deles estão cada vez mais baixos, inviabilizando os trabalhos, “estão enviando resíduos secos e molhados no mesmo container”, explicou. 

Por  fim, encerrando sua fala durante a Tribuna Livre, Maria das Graças ainda explicou a importância da reciclagem para o país, pois melhora a qualidade de vida da cidade, gera empregos para pessoas em processo de reabilitação e o  catador precisa ser cada vez mais reconhecido.

Alguns vereadores também falaram da aprovação do projeto de lei, Júlio Gori (PSC) argumentou sobre os preços  baixos dos resíduos sólidos e que o município precisa fazer mais pelos catadores. Para Gori a reciclagem deveria ocorrer também em todos os distritos, pois nem todos contam com a coleta seletiva adequada. “Quatros galpões da Novelis fechado, poderiam ser utilizados para a reciclagem… Ouro Preto não tem a gestão adequada dos resíduos”, comenta o vereador.

A vereadora Lilian França (PDT), disse que as políticas públicas precisam estar presentes para resolução do problema do lixo na cidade de Ouro Preto e perguntou se a associação de catadores da cidade possui algum jovem aprendiz ou  adolescente que faça parte do trabalho. Ela explicou para os alunos da escola Isaura Mendes, que estiveram presentes no plenário, a relevância do trabalho da reciclagem para a comunidade. Ela destacou a importância dos alunos na reunião e que as associações de catadores podem contar com seu mandato e dos demais vereadores para “o que precisarem sempre”. 

A proposta do projeto de Lei busca valorizar os catadores que desenvolvem um papel fundamental na preservação do meio ambiente, reforçando que cada material pode ser reutilizado se for tratado da forma adequada. Além disso, o trabalho de reciclagem em Ouro Preto já é realizado há mais 20 anos e conta também como uma forma de reabilitação para pessoas que buscam serem inseridas novamente na sociedade e assim possuírem uma renda mínima.

 A iniciativa segue a Política Nacional de Resíduos Sólidos que contempla diretrizes específicas para promover a inclusão e o reconhecimento dos catadores como importantes agentes na gestão dos resíduos sólidos. Atualmente,  a Prefeitura de Ouro Preto arca com os custos de locação de galpões e pagamento de contas de energia para as associações, assim como com os custos dos caminhões que as atendem na coleta seletiva, o que representa investimento de cerca de R$ 70 mil por mês.

Saiba Mais – O vereador Luciano Barbosa através de indicação, solicitou melhorias para o bairro Caminho da Fábrica, ao qual sofreu muito com as chuvas e encontra-se abandonado pela atual gestão, sendo os principais pontos: reforma das pistas de caminhada da praça Cesário Bartolomeu de Paula e do Campo, a conclusão da obra da creche Nana Sette Câmara ao qual não foi realizada a pintura dos muros, a iluminação da praça, além da necessidade de obras nas ruas que sofreram desmoronamento.

Por: Samuel Ribeiro