Ouro Preto – Até mil testes de Covid-19 podem ser realizados por dia, pelo Laboratório de Imunopatologia do Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas da UFOP (Nupeb), a informação foi apresentada pela reitora Cláudia Aparecida Marliére de Lima, durante coletiva de imprensa para tratar sobre o cancelamento do Festival de Inverno, na manhã desta sexta-feira, 22/05.
A Secretaria de Estado de Saúde e as prefeituras de Ouro Preto e Mariana foram contatadas por meio de suas assessorias, mas apesar de aguardarmos até às 19 horas, não foram respondidos os questionamentos sobre a capacidade de testagem em larga escala que a Ufop está apta a realizar.
O Nupeb está credenciado para a realização dos exames de detecção do coronavírus, integrado à Redelab Covid-19, organizada pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), órgão do Estado, que reúne laboratórios das redes pública e privada.
Apesar de estar credenciada, a Ufop ainda não recebeu os insumos necessários para a inciar os testes. A Secretaria de Estado de Saúde não respondeu quando chegarão os insumos.
De acordo com Cláudia Marliére, a Universidade tem condições de realizar até mil testes por dia, desde que seja contratada, não precisando atender apenas ao governo de Minas, podendo ter outras fontes de recursos para realizar os testes, por exemplo, sendo solicitada pelas prefeituras. Os resultados serão direcionados à Secretaria de Estado da Saúde.
Cláudia Marliére explicou que se houvesse outra fonte de recursos, o Nupeb poderia realizar mais testes “muito mais sensíveis, que os testes rápidos que estão sendo utilizados,” por exemplo, em empregados de mineradoras. Sobre a solicitação da Funed, a reitora informou que serão realizados 200 testes dia.
Por Marcelino de Castro
Foto: Ane Souz/ Arq./PMOP- Coletiva de Imprensa – Pandemia 17/03/2020
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Por causa da pandemia, UFOP cancela 53ª edição do Festival de Inverno
Pela primeira vez desde 1980, Ouro Preto vai ficar sem o tradicional Festival de Inverno. A decisão veio em virtude da pandemia do novo coronavírus e da consequente paralisação de atividades presenciais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que organiza o evento desde 2005. A reitora Cláudia Marliére, o pró-reitor de Extensão, Marcos Knupp, e a pró-reitora adjunta de Extensão, Gabriela de Lima Gomes, participaram de uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta (22) para fazer o anúncio.
A decisão de interromper o Festival de Inverno de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade, que chegaria à 53ª edição neste ano, foi muito difícil, como destaca o pró-reitor de Extensão, Marcos Knupp. “Obviamente não seria possível a realização de um Festival de Inverno nos moldes como ele é atualmente”, disse Knupp, lembrando que evento “acontece na rua, com aglomeração de pessoas, com interação entre essas pessoas. Nós sabemos da importância desse evento para essas cidades onde ele acontece”.
O pró-reitor destacou também a importância da movimentação econômica e cultural para a região, assim como para os grupos artísticos locais. Segundo ele, os prejuízos serão grandes e a decisão “é muito pesada, mas nós estamos preservando vidas com essa atitude”. Tradicionalmente, o evento inclui atividades nas três cidades onde há campus da UFOP. Desde 2019 o nome do Festival inclui, além de Mariana e Ouro Preto, o município de João Monlevade.
A preparação para esta edição do Festival começou no ano passado, em agosto, logo após a finalização da 52ª edição. Em 2020, com o tema “Paisagens Residuais”, o evento comemoraria o tricentenário da sedição de Vila Rica, quando Filipe dos Santos se revoltou contra a cobrança de impostos pela Coroa portuguesa e foi condenado à morte. Após a revolta, as casas dos participantes do movimento foram demolidas e queimadas, dando origem ao Morro da Queimada, hoje um sítio arqueológico, para o qual o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) pediu tombamento.
MOSTRA MULTI – Na mesma coletiva foi anunciado outro evento, que vem sendo preparado pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e pela Coordenadoria de Comunicação Institucional (CCI): a I Mostra Multi. A reitora Cláudia Marliére destaca que “a proposta não é substituta ao Festival de Inverno, mas é uma proposta viável dentro da nossa realidade”.
Segundo a pró-reitora adjunta de Extensão, Gabriela de Lima Gomes, a intenção do evento é suavizar o confinamento dos dois últimos meses. “A gente tem percebido que muitas atividades são possíveis de serem apresentadas virtualmente. E é sabido também que a arte tem sido uma ferramenta necessária para amenizar um pouco desse sofrimento e dessa condição que a gente está vivendo. Essa é mais uma forma de a UFOP contribuir com a arte e com a cultura que ela produz”.
O evento adota a ideia de “Interações” como eixo temático para propor um espaço virtual de criação e produção de obras artísticas e eventos culturais. A mostra busca reunir trabalhos elaborados principalmente pela comunidade acadêmica da UFOP, embora artistas, palestrantes e debatedores sem vínculo com a UFOP possam participar voluntariamente.
A Mostra está em processo de desenvolvimento pelas equipes. As informações sobre a programação e sobre como assistir às apresentações serão divulgadas em breve.
Fonte: Assessoria de Imprensa da UFOP