Colab terá como foco transformar rejeitos e resíduos da mineração em novos negócios de base tecnológica com geração de valor para a sociedade

A Vale e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) celebraram, nesta terça-feira (15/4), uma parceria estratégica para o desenvolvimento de soluções inovadoras de economia circular na mineração, que promovam mais sustentabilidade na produção de minério de ferro e gerem valor compartilhado e impacto multissetorial. Uma cerimônia na Escola de Engenharia da universidade, com a presença do presidente da Vale, Gustavo Pimenta, do vice-reitor da UFMG, Prof. Alessandro Moreira, e convidados, marcou o início da aliança.

Gustavo Pimenta, presidente da Vale, e o prof. Alessandro Moreira, vice-reitor da UFMG, durante lançamento da Colab de Mineração Circular. Crédito: Rodrigo Digas – Porto Filmes

“A parceria com a UFMG representa um avanço importante não só para a Vale, mas para todo o setor. Esta iniciativa busca transformar a mineração, com impacto social positivo para a sociedade, e está alinhada à visão de futuro da Vale. Temos o potencial de atingir 10% da nossa produção de minério de ferro de fontes circulares até 2030. Queremos ampliar práticas sustentáveis e a colaboração com a UFMG trará um conhecimento acadêmico essencial para nossas atividades, o que ajudará a engajar a sociedade e os empreendedores locais para o tema” destacou Pimenta.

A parceria terá investimento inicial da Vale de aproximadamente R$ 6 milhões para a criação e consolidação do Colab de Mineração Circular, um ambiente de fomento à inovação e de novos negócios de base tecnológica. O foco do trabalho será na identificação, incubação e aceleração de soluções que promovam o reaproveitamento de rejeitos, estéreis e demais resíduos das operações de mineração.

“Para a UFMG, especialmente para a nossa escola de engenharia, é motivo de grande satisfação estabelecer mais uma aliança estratégica com a Vale. Trata-se de uma ação importante na área de inovação e empreendedorismo que visa a impactos sociais e econômicos significativos. Essa parceria contribui para a formação de alunos de graduação, mestrandos e doutorandos, integrando a presença da indústria na educação de engenharia”, enfatizou o vice-reitor da UFMG.

O Colab de Mineração Circular será um ambiente colaborativo, aberto a empresas, universidades, empreendedores, governo, fundos de investimento e comunidades, criando um ecossistema robusto e integrado. Os próximos passos da aliança entre Vale e UFMG envolvem a estruturação da iniciativa e a prospecção de parceiros interessados em desenvolver novos negócios em mineração circular e gerar valor compartilhado para a sociedade.

Parceria entre a Vale e a UFMG busca engajar a sociedade em iniciativas de mineração circular. Crédito: Rodrigo Digas – Porto Filmes

12 milhões de toneladas de minério de ferro circular

No ano passado, a Vale produziu 12,7 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro provenientes do reaproveitamento de estéreis e rejeitos. A empresa espera atingir 10% de toda sua produção de minério de ferro no Brasil de fontes circulares até 2030.

“Tivemos resultados promissores em 2024, provando que é possível unir produção de alta qualidade com práticas cada vez mais sustentáveis. Estamos investindo em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para expandir a circularidade nas nossas operações, reduzindo a geração de rejeitos e, consequentemente, a necessidade de barragens e pilhas, com ganhos financeiros, ambientais e sociais”, explica Rafael Bittar, vice-presidente Técnico da Vale. 

A Vale criou o programa de mineração circular Waste to Value, que reúne mais de 100 iniciativas da empresa focadas no melhor aproveitamento dos recursos minerais, seja reintroduzindo os resíduos no ciclo produtivo ou usando-os como insumos de coprodutos. O programa busca maximizar a extração de minério a partir de pilhas e barragens existentes, reduzir a geração de novos rejeitos e desenvolver coprodutos, como areia e blocos para construção civil. A Vale também está investindo em novas tecnologias de sondagem para expandir o conhecimento geológico sobre recursos minerais anteriormente desconsiderados, entre outras ações em PD&I.

As iniciativas de Mineração Circular também colaboram para a descarbonização da empresa. No ano passado, as atividades do Waste to Value geraram um benefício na redução de 23 mil toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde à emissão de 14 mil carros populares (Considerando 1,62 toneladas de CO2 emitido por um carro de passeio percorrendo 15mil quilômetros em um ano, de acordo com dados da EPA (Enviromental Protection Agency).

Produção de areia sustentável, um coproduto da mineração, a partir do tratamento de rejeitos na mina Brucutu (MG). Crédito: Divulgação Vale

Um exemplo de mineração circular em Minas Gerais é o reaproveitamento do material das pilhas de estéril da mina Serrinha durante o processo de descaracterização das estruturas. No Pará, a operação do Gelado prevê o reaproveitamento de 138 milhões de toneladas de rejeitos de minério de ferro da barragem de Carajás. A Vale também criou a empresa Agera, com cerca de 40 empregados, para desenvolver o negócio de Areia Sustentável, produzida a partir do tratamento de rejeitos. Com menos de dois anos da criação da Agera, já foram comercializadas mais de 2 milhões de toneladas do material. A Vale também possui uma Fábrica de Blocos na mina do Pico, em Itabirito (MG), que transforma rejeitos da mineração em blocos para construção civil que são doados para projetos sociais e utilizados em obras da companhia.

Fonte: Assessoria Vale