Rio de Janeiro – “A Vale S.A. informa que, na próxima semana, irá retomar as operações de processamento a seco na mina de Timbopeba, parte do Complexo Mariana, em linha com o informado anteriormente em seu Relatório de Produção em 17 de abril de 2020. A produção foi autorizada pela auditoria externa contratada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, conforme acordo entre a Vale e os Promotores na Ação Civil Pública de Timbopeba. As operações na mina de Timbopeba estavam suspensas desde março de 2019.
Testes de vibração foram concluídos em janeiro de 2020 e foi certificada a ausência de impacto nas estruturas geotécnicas do site, que permitiu o reinicio das operações de processamento a seco com produção mensal de aproximadamente 330.000 toneladas de finos de minério de ferro.
As atividades de manutenção para garantir um retorno seguro às operações foram concluídas com êxito.
As atividades de processamento a úmido devem ser retomadas no 4T20, após a conclusão da construção de um duto para a disposição de rejeitos na cava de Timbopeba e dependem de autorização externa. A retomada das atividades de processamento a úmido permitiria à operação atingir sua capacidade total de produção de cerca de 1,0 milhão de toneladas por mês. Alternativas para antecipar a retomada das atividades de processamento a úmido estão em avaliação.
A retomada do processamento a seco e o retorno esperado do processamento a úmido no 4T20 já estão incluídos no guidance de produção de finos de minério de ferro da Vale para 2020, de 310-330 milhões de toneladas.”

Fonte: Vale.com

MPMG nega acordo com a Vale para retorno das
atividades na Mina de Timbopeba, em Ouro Preto

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Ouro Preto, comunica que não realizou nenhum acordo com a VALE S.A. em abril de 2020 visando a retomada de atividade da Mina de Timbopeba, conforme comunicado divulgado pela Vale S.A. nessa quarta-feira, 29 de abril.

De acordo com a Promotoria de Justiça, no dia 23 de setembro de 2019 foi firmado acordo judicial entre MPMG, Ministério Público do Trabalho, Estado de Minas Gerais, Vale S.A., SLR Canadá Consulting no qual foi pactuado na cláusula 6: não lançamento de novos rejeitos na Barragem de Doutor ou realização de qualquer atividade que incremente risco à estrutura; eventual retomada de atividade da Mina de Timbopeba apenas poderá ocorrer se não houver incremento de risco às barragens do Doutor, Natividade e Timbopeba; a barragem do Doutor deverá ser descomissionada.

Conforme o MPMG, é errada a informação divulgada pela mineradora nessa quarta-feira, 29, na nota “Vale sobre a retomada de operação na mina Timbopeba”, especialmente no trecho “A produção foi autorizada pela auditoria externa contratada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, conforme acordo entre a Vale e os Promotores na Ação Civil Pública de Timbopeba.”

Em razão disso, o MPMG rechaça a informação divulgada pela Vale S.A., sobretudo em momento em que está em curso processo de evacuação da comunidade de Antônio Pereira.

A auditora externa independente e o MPMG não detêm atribuições para autorizar retomada de atividade minerária, não havendo previsão nesse sentido no acordo firmado em 23 de setembro de 2019. A auditora externa independente apenas emite relatórios técnicos para embasar decisões, inclusive das entidades públicas, sendo certo que o ônus/responsabilidade da retomada das operações é da Vale S.A.

Ainda de acordo com o MPMG, a situação fática para eventual retomada da Mina de Timbopeba se agravou recentemente, quando em 31 de março de 2020 a mineradora acionou o nível 2 de emergência da Barragem do Doutor.

O Ministério Público de Minas Gerais prosseguirá investigando os fatos visando ter certeza técnica de que a pretendida retomada efetivamente não incrementa o risco das barragens existentes no empreendimento.

Fonte: MPMG